O grupo francês Publicis decidiu desativar a agência Neogama. A decisão do fundador Alexandre Gama de deixar o negócio, tomada há alguns meses, motivou a revisão do portfólio da Publicis no Brasil. Segundo fontes, havia a avaliação de que, em um mercado de retornos menores, não fazia mais sentido manter a Neogama ativa.
Desta forma, o grupo optou por repartir os clientes da companhia entre duas de suas outras marcas: a Leo Burnett Tailor Made, que vai incorporar cerca de 40 dos 80 funcionários da Neogama e uma lista de parceiros que inclui Química Amparo (de produtos de limpeza), O Boticário, Mobil e Santher.
A principal conta da Neogama – a montadora Renault – será repassada à DPZ&T, para evitar conflito de interesses com a Fiat, que é atendida há cerca de 20 anos pela Leo Burnett. Segundo Márcio Toscani, copresidente da Leo Burnett, o processo de integração dos clientes e funcionários da Neogama deverá ser concluído no primeiro trimestre de 2018.
Trajetória. A comunicação da incorporação da Neogama foi feita pelo próprio Alexandre Gama, que fundou a agência em 1999 e comandou sua venda para o grupo francês em 2012.
Depois do negócio, o executivo assumiu um cargo de coordenação global da BBH e permaneceu por três anos nessa atividade. Em 2016, voltou ao Brasil e ao comando da agência que fundara. Após cumprir as obrigações contratuais que tinha com a Publicis, decidiu seguir novos caminhos. Ele disse nesta sexta-feira (1.º) ao Estado que continuará a empreender, mas dificilmente abrirá uma nova agência de atuação tradicional.
Segundo o Kantar Ibope Media, a Neogama estava no 30.º lugar no ranking de agências brasileiras em setembro. Hoje, a Leo Burnett é a 9.ª colocada, enquanto a DPZ&T é a 14.ª.
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