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Quanto custa morar no interior de SP? Veja preços e conheça projetos

Empresas locais atuam na região e fazem tanto projetos de alto padrão quanto para baixa renda

Foto do author Lucas Agrela

Quem quer morar no interior de SP hoje encontra uma série de opções, seja de baixo, médio e alto padrão. O custo do metro quadrado dos imóveis é menor do que o de São Paulo e as moradias tendem a ser maiores, com 100 m² ou mais. Cidades como Araçatuba, Barretos, Bauru, Campinas, Franca e Jundiaí concentram os maiores valores cobrados por imóveis novos, chegando à média de até R$ 593.260, de acordo com dados da consultoria Brain, levantados a pedido do Estadão. Em Araçatuba, primeira colocada no ranking, os imóveis amplos, com 200 ou 300 metros quadrados, puxam o preço para cima. O preço médio do metro quadrado na cidade é de R$ 6.553, cerca de 40% abaixo da média da cidade de São Paulo.

Nos municípios mais próximos da capital paulista, o desenvolvimento do mercado imobiliário é puxado pelos consumidores que querem morar no interior, mas não tão longe da metrópole, dizem especialistas. Já as cidades mais distantes da capital, como Araçatuba, Rio Preto e Ribeirão Preto, têm demanda por imóveis vinda de empresários e trabalhadores ligados ao agronegócio.

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Guilherme Werner, sócio consultor da Brain, afirma que o interior de SP é heterogêneo, com particularidades de cada região que puxam os preços para cima ou para baixo. Projetos imobiliários do programa Minha Casa, Minha Vida também influenciam nos valores.

“A falta desses projetos pode elevar o preço médio da cidade, como em Jundiaí. Pelas legislações urbanas municipais, a dificuldade de se viabilizar o Minha Casa, Minha Vida é muito alta. É diferente do que ocorre em cidades como Ribeirão Preto e Sorocaba, por exemplo”, afirma Werner. O levantamento da Brain considera imóveis horizontais e verticais, mas não abrange loteamentos.

Há mais de 40 anos no mercado imobiliário, a incorporadora Tarraf iniciou seus negócios em São José do Rio Preto e expandiu operações para outras cidades do interior de SP, como Araraquara e Votuporanga.

A família de Nametallah Tarraf, imigrante do Líbano, se estabeleceu no interior de SP em 1920, inicialmente, trabalhando com comércio. Com os irmãos, abriu uma loja de veículos na década de 1950 e, com os lucros, começou a construir casas tanto para morar quanto para locação e venda, dando origem à Tarraf. A empresa se especializou na região e, há mais de uma década, atua no segmento de imóveis de alto padrão.

“No pós-pandemia, cidades como São José do Rio Preto, Araçatuba, Ribeirão Preto e Campinas foram afetadas positivamente pelo pós-pandemia, e elas seguem aquecidas. Essa visão sobre o interior não veio de passagem. As pessoas realmente têm buscado um estilo de vida diferente”, afirma Olavo Tarraf Filho, vice-presidente da empresa. “Hoje, vemos um fluxo profissional vindo para o interior com bastante força.”

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Em algumas cidades, como Araçatuba, o preço dos apartamentos da companhia passa dos milhões de reais. Coberturas, por exemplo, podem custar R$ 4,5 milhões, enquanto os apartamentos padrão ficam numa faixa de R$ 900 mil até R$ 3 milhões.

A empresa não tem pretensão de entrar no mercado da capital paulista devido a uma diferença fundamental na estratégia que adota no interior: a permuta com proprietários de terra. Em vez de pagar grandes valores pelo terreno do empreendimento, em muitos casos, a Tarraf oferece apartamentos como pagamento pela propriedade ou parte do valor. Em São Paulo, Olavo afirma que isso seria difícil de ser replicado e exigiria que a empresa desembolsasse dezenas de milhões de reais na compra do terreno.

Minha Casa, Minha Vida

A Pacaembu tem uma abordagem diferente. A empresa foca em negócios imobiliários ligados ao Minha Casa, Minha Vida. Mas, em vez de prédios, constrói e vende casas. Na maioria dos casos, as vilas que a empresa constrói são abertas, ou seja, apesar de as residências ficarem próximas umas das outras, os moradores não precisam pagar uma taxa de condomínio.

Fundada em 1991, no município de Marília, a Pacaembu já vendeu mais de 100 mil residências e, segundo Victor Almeida, presidente executivo do conselho de administração, nunca entregou um projeto imobiliário que não estivesse 100% vendido.

Victor Almeida, presidente executivo do conselho de administração da Pacaembu, empresa voltada ao mercado imobiliário de baixa renda Foto: C41 Estudio

“O interior de SP é um mercado muito pujante. Há uma demanda enorme, não só pelo déficit habitacional, mas, principalmente, pela formação de novos lares. São famílias migrando para novas cidades ou formando lares e precisando de uma nova casa. Nosso cliente médio tem 30 anos”, diz Almeida.

A companhia atua hoje em cidades paulistas como Marília, São José do Rio Preto, Bauru, Lins e Taubaté. Mas também está presente em Mato Grosso e no Paraná. Em seus maiores projetos, a Pacaembu construiu quase 7 mil casas em Ribeirão Preto e cerca de 20 mil em São José do Rio Preto e região.

A companhia lida com a concorrência de grandes nomes do ramo imobiliário, como a MRV e a Tenda, e por isso busca diferenciais em seus projetos. Em geral, as casas da companhia têm dois quartos, sala, cozinha e banheiro e ficam em um terreno de 160 m², permitindo construções para expansões futuras. O preço médio dos imóveis é de R$ 192 mil.

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Almeida diz que o segredo de conseguir atuar em diferentes cidades do interior paulista e até fora dele está no método de construção simplificado. Apesar de não usar estruturas de wood frame (estruturas de madeira) como faz a Alea, da Tenda, Almeida conta que os componentes são fabricados de forma a reduzirem o tempo gasto tipicamente no canteiro de obra. “É como montar Lego”, afirma.

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