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Opinião | Planejamento estratégico: é hora de definir as metas da sua empresa para 2024

Traçar os objetivos da companhia e as ações necessárias para atingi-los é fundamental para garantir a sustentabilidade e a expansão dos negócios

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Por Tiago Mavichian

Imagine um piloto que entra em uma aeronave sem ter um plano de voo detalhado em mãos. Além de desconhecer a melhor rota para chegar ao seu destino, ele fica mais suscetível às intempéries que podem surgir no trajeto e coloca em risco não só a integridade do avião, mas a vida de quem está dentro dele. Pensando nos negócios, traduzo essa situação de vulnerabilidade da seguinte maneira: se você líder não inclui o planejamento na cultura da sua empresa, vai trabalhar no escuro e, portanto, enfrentará obstáculos maiores para manter a operação saudável e crescendo no médio e no longo prazo.

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Ao ignorar o tema do planejamento, essencial em tempos complexos como os atuais, nos arriscamos e passamos a estar menos preparados para enfrentar a concorrência. Sem falar que a estratégia de talentos, hoje o bem mais precioso de qualquer organização, também pode ficar comprometida.

Uma pesquisa feita pela consultoria de gestão empresarial Falconi indica que somente 10% das companhias brasileiras de médio porte (com faturamento anual entre R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões) se dedicam a produzi-lo. Considero essa informação muito preocupante, já que essas empresas são indispensáveis para o desenvolvimento econômico do país — respondendo por 28% do PIB nacional e empregando 24% dos trabalhadores, só para citar alguns dados. Por tudo isso, aconselho que você líder aproveite estes últimos meses do ano (ainda há tempo) para definir as metas para 2024 e quais indicadores são adequados ao negócio para comprovar se o que foi traçado é factível ou não.

Aproveite estes últimos meses do ano para definir as metas do seu negócio para 2024  Foto: Gorodenkoff Productions OU

Pode parecer um tanto complexo fazer um planejamento estratégico: mas ele nada mais é do que um conjunto de escolhas do que fazer — e como — para chegar ao propósito do negócio. O primeiro passo, portanto, é a definição dos objetivos para só depois desdobrar as ações necessárias para atingi-los. Nessa etapa do processo, é preciso olhar para o cenário interno para entender as possibilidades da organização, como capacidade de investimento e se a empresa tem as pessoas certas para executar o plano com excelência. Na sequência, deve-se analisar a realidade do setor e as tendências de mercado.

Em seguida, vale considerar os salários oferecidos pela concorrência e as projeções da economia no curto, médio e longo prazo. Qual é a previsão do PIB para 2024? E as perspectivas relacionadas às taxas de juros? O governo irá propor alguma reforma estrutural? Diante dessas informações, a melhor opção é segurar ou acelerar o investimento? Dá para usar o capital que a companhia possui de imediato? Buscar empréstimos é uma possibilidade? Cabe aos líderes tomar esse tipo de decisão na hora que estiverem debruçados sobre o plano estratégico.

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Ressalto também a importância de realizar reuniões de planejamento com os times de cada área, quando as metas e objetivos gerais da empresa já estiverem estabelecidos. Todos os departamentos precisam responder à visão de futuro da empresa, criando iniciativas que ajudem a organização a cumprir os seus direcionamentos estratégicos. Agindo dessa maneira, damos autonomia para que as pessoas pensem caminhos, fortalecemos o engajamento delas com o negócio e contribuímos para o desenvolvimento de novas lideranças. Afinal, ninguém conquista resultados positivos sozinho. Ainda mais neste mundo onde a mudança virou nossa única certeza!

Outro ponto que merece destaque quando falamos de planejamento estratégico é a tecnologia — sim, os líderes precisam estar abertos para incorporar as inovações ligadas à inteligência artificial (IA) generativa em seus planos. Isso porque ela contribui com a redução de custos e traz ganhos de eficiência. Precisamos considerar que só fazer melhorias em processos e produtos já existentes pode não ser suficiente. Em alguns momentos, inovar exige partir do zero e começar algo novo.

O mesmo vale para os números: não basta coletar dados triviais e analisá-los corretamente para continuar relevante no mercado. Empresas disruptivas, como a plataforma de e-commerce chinesa Shein, geram valor a partir de informações captadas e inteligência artificial. Entre outras iniciativas, monitora quais roupas as pessoas pesquisam e compram em cada região e, com base nessa análise, criou uma ferramenta para as indústrias saberem exatamente o que produzir, com venda das peças produzidas 100% garantida. Para criar uma ação desse tipo, a liderança deve estar por dentro dos principais experimentos que estão em andamento, dentro e fora de seu mercado, e contar com a capacidade técnica dos colaboradores. Será que não é hora de buscar uma mão de obra mais especializada ou de contratar uma consultoria para dar um salto nessa área? Essa resposta tem que constar no seu planejamento estratégico.

Última consideração sobre esse “mapa do futuro” (que, aliás, deve passar por revisões periódicas para acompanhar o ritmo frenético das transformações): na hora de prepará-lo, é preciso coragem para abandonar projetos e produtos que não fazem mais sentido ou emperram a prosperidade financeira da empresa. Também vale fazer uma revisão dos erros cometidos ao longo do ano e quais aprendizados eles trouxeram. Olhar pelo retrovisor ajuda a liderança a seguir em frente, chegando ao destino com mais clareza e segurança.

Opinião por Tiago Mavichian
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