O copresidente da Cyrela, Raphael Horn, afirmou nesta sexta-feira, 21, que está animado com o cronograma de lançamentos imobiliários da incorporadora, embora se mantenha preocupado com os problemas da economia brasileira, especialmente com a subida dos juros.
Na quarta-feira, 19, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa básica de juros (Selic) em um ponto porcentual, de 13,25% para 14,25% ao ano, seguindo o plano de voo para conter a inflação sinalizado em dezembro e reforçado na reunião anterior, em janeiro.
“Não tem animação para o Brasil no longo prazo. Um dia está fácil, outro está difícil. Nós estamos animados com a nossa grade de lançamentos, mas vamos ver como fica o mercado”, declarou, durante teleconferência com investidores e analistas. “Até agora, não sentimos diferença do macro (nos negócios da empresa)”, completou.
O empresário acrescentou que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso. “Vamos continuar comprando todos os terrenos que achamos que são bons, mas tomando cuidado com o macro.”

No fim de 2024, o estoque de terrenos da Cyrela tinha potencial para lançamento de projetos com vendas totais estimadas de R$ 18,4 bilhões (parte Cyrela). Um ano antes, estava em R$ 24,1 bilhões.
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O diretor financeiro e de relações com investidores, Miguel Mickelberg, disse que a subida de juro foi percebida tanto nos financiamentos dos compradores de imóveis quanto das obras. Isso, porém, não tende a mudar a rota da companhia em seus lançamentos. “A alta de juros não vai impactar a nossa estratégia e nosso apetite. Temos um balanço bastante sólido e alternativas de financiamento no mercado de capitais”, afirmou.
No caso dos compradores de imóveis, não foram sentidos efeitos em termos de inadimplência, nem distratos. “Vamos acompanhar ao longo do ano.”
A Cyrela Brazil Realty apresentou lucro líquido de R$ 497 milhões no quarto trimestre de 2024, aumento de 100% em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com balanço publicado na quinta-feira, 20. No acumulado de 2024, a incorporadora obteve lucro líquido de R$ 1,649 bilhão, alta de 75% ante 2023. O aumento está relacionado à expansão dos lançamentos e das vendas no acumulado dos últimos trimestres, com incremento da receita.