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Real 30 anos: ‘Banco Central foi uma coisa muito custosa para mim’, diz Chico Lopes

Ex-diretor do Banco Central, Lopes atuou como assessor informal da equipe que colocou o Plano Real de pé. No governo de Fernando Henrique, chegou a presidência do BC e lidou com uma gestão tumultuada; nos 21 dias no cargo, tentou mudar o regime cambial e teve problemas com a Justiça

Foto do author Luiz Guilherme  Gerbelli
Atualização:
Foto: Pedro Kirilos/Estadão
Entrevista comChico LopesEx-diretor do Banco Central. Chegou a ser escolhido por FHC para presidir a instituição

Chico Lopes atuou como assessor informal da equipe que foi para Brasília colocar o Plano Real de pé. Passou a integrar o governo de forma oficial quando nomeado diretor do Banco Central no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. Depois, em 1999, foi apontado para presidir a instituição.

No comando do BC, teve uma passagem polêmica. Ficou apenas 21 dias no cargo e nem chegou a ser empossado. Num momento em que a âncora cambial ficou insustentável, Chico criou a chamada banda diagonal endógena para tentar alguma flutuação do real.

“Foi uma coisa muito custosa para mim. A gente tinha uma ideia de que tinha de ter uma mudança ali, tinha de flexibilizar, tinha de soltar (o câmbio)”, afirma. Lopes também teve problemas com a Justiça ao ser acusado de favorecer os bancos Marka e FonteCindam numa operação de socorro que levou o BC a vender dólares abaixo da cotação do câmbio do dia.

“Os processos acabaram”, diz Chico Lopes. “Eu consegui reconstruir a minha consultoria. Eu estou bem hoje. Estou bastante aposentado. Escrevi um livro sobre psicanálise. Estou pensando em fazer outro. E a gente continua acompanhando a economia.”

Hoje, ao olhar para trás, o ex-diretor do BC diz que a estabilização da moeda passou pelo avanço do estudo sobre o processo inflacionário no País ao longo de décadas e pelo amadurecimento das instituições. “A estabilidade depende de as pessoas acreditarem que a moeda é estável”, diz.

Chico foi responsável pela criação do choque heterodoxo aplicado pelo Plano Cruzado, em 1986, no governo de José Sarney, que teve um sucesso apenas inicial. “Foi muito mal feito com o Cruzado, porque, em vez de fazer um congelamento temporário, fizeram um tabelamento, supostamente, para sempre e introduziram um gatilho salarial que foi de uma burrice estonteante.”

Avanço das instituições contribuiu para estabilidade da moeda, diz Chico Lopes Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A seguir os principais trechos da entrevista concedida ao Estadão.

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Como o sr. se aprofunda no debate da inflação?

Quando eu olho para trás, eu vejo que o desafio da estabilização no Brasil, que atingiu um ponto crucial no Plano Real, em função da URV, foi fruto de um amadurecimento. Dá para pensar como um projeto de pesquisa, em que, inicialmente, lá pelos anos 70, eu, o Dionísio (Carneiro), o Rogério (Werneck) - o pessoal que criou o mestrado da PUC - começamos a pensar sobre a questão da inflação. O Mário Henrique Simonsen foi quem primeiro introduziu a ideia do que ele chamava de modelo da realimentação. Várias pessoas do departamento de economia (da PUC-Rio), não apenas aqueles que foram lá operar o lançamento do plano no governo Fernando Henrique, estavam envolvidos (nesse debate). Basicamente, eu acho que ali foi o entendimento do conceito de inflação crônica, que é muito importante. A ideia é que a inflação, depois que passa de um certo nível, se torna um animal diferente, se torna crônica. É algo que os argentinos, por exemplo, não entenderam até hoje.

E o que acontece com a inflação crônica, então?

Você cria uma dinâmica em que a inflação é resultado da própria inflação. Um número cada vez maior de agentes econômicos passa a se preocupar em se defender da inflação. Você vai criando regras de reajuste de realimentação que a gente também associou a ideia da indexação e isso dá vida própria ao processo inflacionário. É interessante enfatizar o seguinte ponto. No caso brasileiro, a inflação crônica foi uma herança do regime militar. Naquele primeiro mandato do Roberto Campos, o avô, houve uma decisão de não ir para a inflação, de não fazer tratamento de choque. Eles achavam que o custo ia ser muito grande e, se você conseguisse baixar a inflação para 30% ao ano, já seria um grande resultado. O primeiro governo militar não foi para inflação zero, mas criou os mecanismos de convivência, mecanismos de indexação. E aí na hora que entrou o segundo governo militar, com o Delfim (Netto), a inflação estava em 25% ao ano, mas disseram que não era um problema. O negócio era tocar pau na máquina e fazer a economia crescer. E, de fato, fizeram. Foi o Brasil dos anos 70, o Brasil para frente, campeão do Mundo. E a inflação não era um problema prioritário da política econômica.

Mas isso criou um problema…

O nosso estudo desse processo foi o seguinte: a indexação, que foi elogiada até pelo Milton Friedman, em determinado momento, ao dizer que os brasileiros descobriram uma forma de não ter problema com a inflação, te condenava a viver com a inflação. E, aos poucos, você cria um sistema de realimentação, e a cada choque vai mudando de patamar. E aí foi o que aconteceu no final dos anos 70 e início dos anos 80, a inflação foi se tornando cada vez mais crônica, grave.

Era o efeito catraca?

A coisa ia se reproduzindo. O problema da inflação crônica é que a inflação vira um problema para as pessoas. A primeira coisa importante foi entender a inflação crônica e a sua natureza diferente da inflação de livro texto. O segundo ponto foi entender o seguinte: não adianta tentar baixar gradualmente a inflação crônica. Depois de um certo nível, só tem um jeito de acabar com a inflação crônica: é o corte, uma parada rápida. O que a gente chamou de choque. E aí foi quando veio a ideia do choque heterodoxo.

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A minha proposta era um pacto social, um congelamento temporário. Causou muita discussão. A coisa pegou fogo. Alguém me disse que estava arriscando a minha reputação. Mas a minha ideia era ser um congelamento temporário, só para organizar a coisa. E surgiu nessa discussão, a ideia de que uma alternativa, em vez de tentar parar congelando, vamos transformar a ORTN (Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional) em moeda. Vamos fazer a desindexação através da indexação total. Era uma ideia inicialmente conversada pelo Pérsio (Arida), e o André (Lara Resende) se encantou. O André era contra o controle de preços. Eu já não era tanto. Então, tinham duas alternativas: ou a gente faz um congelamento e, com isso, a gente trava a inércia e começa de um nível mais baixo ou essa ideia do Persio e do Andre Lara, que virou o (plano) Larida, a ideia de pegar o indexador e transformá-lo em moeda. Claro que era uma ideia que dava muito medo na gente.

Por que dava medo?

Você tem na literatura historicamente o caso de uma moeda húngara que foi criada para fins de pagamento de imposto e a moeda era corrigida todo dia pela variação cambial. Era uma moeda indexada e gerou a maior hiperinflação da história. A ideia da moeda indexada, mesmo durante o Plano Cruzado, que foi em 1986, já era parte da conversa. Mas todo mundo dizendo que era muito complicado, muito arriscado.

Moeda indexada já era parte da conversa do Plano Cruzado, afirma Chico Lopes Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Mas aí vem o Plano Cruzado com a ideia do congelamento e dá errado…

Foi muito mal feito com o Cruzado, porque, em vez de fazer um congelamento temporário, fizeram um tabelamento, supostamente, para sempre e introduziram um gatilho salarial que foi de uma burrice estonteante. Eu não estava lá na elaboração. É claro que não podia funcionar, porque havia um gatilho de 20%. E ficava assim: se em 12 meses, a inflação chegasse a 20%, o gatilho automaticamente dava um reajuste de 20% para todo mundo. Ele tinha um veneno dentro dele. Exigia que você conseguisse uma performance de taxas muito baixas que nem se conseguiu no Real, por exemplo. No primeiro ano do Plano Real, pós-URV, a inflação foi de 30% em 12 meses. Mas foi um aprendizado importante. Primeiro, porque você quebrou um certo tabu. Antes disso, ninguém pensava em fazer uma coisa que acaba com a inflação da noite em dia. Então, a ideia do choque, da parada rápida, passou a ser incorporada e trabalhada. Isso foi um processo de amadurecimento e que chegou na ideia do Real.

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O sr. chegou a apresentar uma proposta similar ao do Real. Como foi?

A primeira proposta de um Plano Real, na verdade, foi feita pelo deputado Osmundo Rebouças, um amigo meu. Ele me procurou a certo momento e disse: “Olha, o Congresso, agora, vai poder fazer um plano de estabilização. Me faz uma proposta, mas que não tenha congelamento”. Eu falei, bom, então, vamos trabalhar na ideia da moeda indexada. Andei olhando vários experimentos de moedas indexadas. Elaboramos o projeto de lei que os Osmundo apresentou no Congresso, e a gente ingenuamente achando que iria conseguir fazer outra coisa desse jeito. A gente teve algum acesso à imprensa. Colocamos na imprensa a nova ideia de um plano de estabilização. Eu apresentei a proposta lá na PUC. Isso foi seis anos antes da URV.

E como funcionaria essa proposta?

Operacionalmente, a gente tinha uma proposta meio maluca que seria a seguinte: o setor privado mudaria, mas o governo ficaria na moeda antiga e, assim, você controla o governo. Isso não seria implementável. Agora, em vez da URV, a gente usava a ideia da BTN (Bônus do Tesouro Nacional) fiscal, que já era o indexador que existia no mercado financeiro e que tem essa característica que usaram na URV. Basicamente, a estrutura do real estava ali proposta, mas, enfim, ainda assim, a URV foi muito bem feita, e o Fernando Henrique foi muito habilidoso. Fez um lançamento que funcionou muito bem. Eu diria que o Plano Real começou ali, não acabou ali.

Por que não acabou?

A estabilização resultou, eu diria, basicamente em duas coisas. Uma operação que mantinha a taxa de câmbio crescendo de forma muito gradual. Não era congelado. O mercado de câmbio era livre, mas o Banco Central entrava operando através dos dealers e fazendo uma evolução muito gradual (de movimento do câmbio). E uma taxa de juros indecentemente altas. A gente botou a taxa de juros em 40% ao ano. A gente operou a taxa de juros muito elevada.

Isso foi muito criticado...

Durante vários anos, uns dois, três anos, era a economia travada. Isso, claro, foi um problema que permaneceu durante vários anos. E, ao final de quatro, cinco anos, o Fernando Henrique estava muito incomodado. Ele já queria baixar o juros de qualquer maneira. E aí a questão é a seguinte, se você soltar a taxa de câmbio, o que vai acontecer? De fato, em 1999, a gente viu o que aconteceu. Deu aquela paulada no câmbio, mas a inflação foi para 8% ao ano. E aí entrou o pessoal do Armínio para fazer a etapa seguinte.

Eu sempre dizia o seguinte: quando é que você pode ter certeza que terminou (a estabilização)? A gente teve, por exemplo, a crise da Rússia. Um belo dia pegamos o avião no Rio para Brasília. Chegamos em Brasília, tínhamos perdido US$ 6 bilhões de reservas. As reservas naquela época eram pequenininhas. A sensação de fragilidade era grande. Eu disse que vai terminar quando a gente flutuar o câmbio e, quando mudar o governo, vier um novo governo e continue estável.

E aí houve a mudança de governo..

Tivemos vários sobressaltos. E isso é um ponto importante. O pessoal de marketing do Fernando Henrique vendeu um pouco essa ideia que tinham uns garotos espertos lá na PUC, que inventaram um negócio mágico, uma tal de URV e, num passe de mágica, (a inflação) acabou, sem custo. Isso é um equívoco. Na verdade, foi um processo longo e que envolveu um trabalho continuado de construir instituições. Eu acho que isso é um componente fundamental do arranjo institucional. Eu sempre enfatizo esse ponto. O principal avanço é institucional. O que vai te tornar um país desenvolvido daqui a 20 anos, daqui a 30 anos, são as instituições que você consegue construir e que sobrevivem, independentemente de quem é o governante, de qual é o partido, do que ele acha sobre o aborto, sobre costumes.

O sr. foi consultor de diferentes governos e planos. Por que só decidiu ir para o governo, no caso o Banco Central, em 1995?

Eu participei como consultor. No caso do Cruzado, eu era consultor do João Sayad. Do Bresser, também, eu ia para casa dele. Sempre com essa ideia de consultoria. Quando eles foram fazer o real, e o Edmar Bacha, vamos dizer assim, foi o empresário que arregimentou as pessoas, me chamaram. O Malan me chamou muito. Queria muito que eu fosse, mas eu disse que não iria para o governo Itamar. Era um governo de uma fragilidade política enorme. Agora, eu trabalhei, ajudei muito. Conversei muito depois com o Malan, até a hora que ele falou: “Olha, você tem de vir. A gente tem de ter alguém no Banco Central participando”. Entrei para o Banco Central logo em 1995 e fiquei lá até 1999, até o momento da flutuação.

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Eu acho que que a moral é essa. Não é um processo milagroso. Teve um processo lento. Quando a gente soltou (o câmbio) em 1999, o impacto foi muito pequeno. A cabeça das pessoas tinha mudado. Isso é importante. A estabilidade depende de as pessoas acreditarem que a moeda é estável, mesmo que tenha uma inflaçãozinha. As pessoas fazem contratos, trabalham com a ideia de que a moeda é estável. Então, aí a moeda vira estável. É uma coisa que se autoconfirma.

A presidência do sr. foi bastante curta no Banco Central. O sr. se arrepende de ter aceito o cargo?

Foi uma coisa muito custosa para mim. A gente tinha uma ideia de que tinha de ter uma mudança ali, tinha de flexibilizar, tinha de soltar (o câmbio). O Fernando Henrique não queria soltar o câmbio. O Fernando Henrique queria baixar os juros. E aí veio essa ideia. Eu disse vamos operar a banda. A gente tinha uma banda teórica, vamos operar, mas vamos fazer de um jeito que, quando o câmbio estiver no teto, a banda cresce mais devagar. Era a banda endógena. Era uma proposta que o mercado não entendeu. E na verdade, na hora que você mexe no câmbio, não tem como ser uma coisa intermediária. Se mexer um pouquinho, vai mexer tudo.

Eu lembro que, com o Fernando Henrique, quando a gente foi mostrar a ideia, ele falou: “Eu não sei se essa ideia de vocês dar certo. Estou indo para a fazenda do fulano. Só vou voltar quando vocês tiverem implantado”. Eu disse: “Olha, mas se der errado, a gente vai flutuar”. Havia um certo receio, porque a Indonésia flutuou o câmbio e ele multiplicou por 8. O que acontece se você flutua o câmbio? Havia essa dúvida. Podíamos parar numa inflação de 30% ao ano e foi muito menos. Foi para 8%. Foi traumático, e aí veio essa confusão, do Marka e do Fonte(Cindam). Esse processo maluco.

E como está a situação hoje?

Eu ainda tenho bens bloqueados até hoje. O apartamento que eu moro, não posso vender. Está bloqueado, apesar dos processos terem acabado. Mas tem uma juíza lá em Brasília que sentou em cima e não libera. Isso acontece. É parte dessa maluquice do sistema judiciário brasileiro. Houve um custo pessoal muito grande.

Os processos acabaram, então?

Os processos acabaram. A gente foi absolvido. Todos os diretores. A gente teve o processo no TCU (Tribunal de Contas da União). A gente foi absolvido no TCU. Fomos absolvidos nos processos de Brasília. No processo criminal, fui condenado, mas acabou prescrevendo. Então, na Justiça, não tem pendência nenhuma. Só essa juíza que manteve um congelamento que foi feito através de uma medida cautelar. Maluquice. Os processos no Brasil não acabam nunca. Mas a juíza diz: “E se o STJ (Superior Tribunal de Justiça) rever os processos que nós ganhamos todos? Aí vai dar prejuízo para a União”. Então, tem um custo grande. Mas eu encaro com muito estoicismo.

Podemos virar um país desenvolvido em 40 anos, diz Chico Lopes Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Eu consegui reconstruir a minha consultoria. Eu estou bem hoje. Estou bastante aposentado. Escrevi um livro sobre psicanálise. Estou pensando em fazer outro. E a gente continua acompanhando a economia. De vez em quando, vamos lá na Casa das Garças (instituto criado há 30 anos com o objetivo de discutir política econômica) .

Hoje, o País tem alguma agenda necessária como foi o Plano Real?

Eu acho que o Brasil não precisa de nada. Eu acho que a montagem institucional está feita. É só continuar operando. Eu sou muito otimista. Não tem graves problemas, como bancos estaduais, aqueles abacaxis que a gente tinha antes. Tem um balanço de pagamentos excepcional. A gente é o maior produtor mundial de soja, de várias commodities. O Brasil tem um potencial enorme. É claro que não pode ser irrealista. Tem de entender que é um processo. Em 40 anos, a gente pode virar um país desenvolvido, algo parecido com a Itália hoje, uma Grécia, mas eu acho que isso envolve manter as instruções, conseguir sobreviver operando as instituições como estão.

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E a questão fiscal, que é sempre um problema?

A gente evoluiu ao introduzir teto dos gastos com o Meirelles e, agora, acho que evoluiu com Haddad. Uma evolução que eu acho correta. Em vez de colocar uma restrição direta nos gastos, colocar uma meta de superávit primário. Uma meta de equilíbrio primário e, eventualmente, de superávit primário é suficiente para a gente evoluir com uma relação dívida/PIB, que não é nada preocupante para mim.

Mas muito analistas se preocuparam com o tamanho do endividamento do Brasil…

Uma relação de 70% de dívida/PIB, mas temos reservas de quase 20% do PIB, tem de considerar isso. Quando olhamos para a dívida bruta, a gente tem de considerar que a gente tem um ativo. São reservas de alta liquidez e de grande tamanho. O Brasil tem uma posição muito boa e não há razão para deteriorar mais ou para não manter a dívida sobre equilíbrio. A dívida/PIB não tem razão para explodir. Então, eu não vejo problema. Temos o problema da pobreza, que tem que ser atacado e está correto. Isso é compatível com a gente ter um crescimento de 2%, 3% ao ano. Com a população crescendo 0,5% e indo para zero, se você crescer 2% por 40 anos, virou país desenvolvido e pode reduzir dramaticamente a pobreza e os problemas sociais mais graves. Eu sou muito otimista.

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