Com 124 lojas espalhadas em 14 Estados brasileiros, a rede de varejo Le Biscuit – controlada pela gestora Vinci Partners – estreia em setembro no comércio eletrônico. A entrada da empresa no mundo online ocorrerá em etapas e segue uma tendência mundial. Primeiro será inaugurado um espaço para listas de casamento, depois vendas com retirada em loja e, por fim, entrega direto na casa do consumidor. Esse processo começa no mês que vem e deve ser ampliado em 2020.
Nos últimos anos, o principal objetivo da Le Biscuit foi ampliar os horizontes e fincar sua bandeira no Brasil inteiro. O pequeno armarinho de 100 metros quadrados (m²), fundado em 1968, em Feira de Santana (BA), cresceu, virou âncora de shopping center e deve terminar o ano com faturamento de R$ 1,2 bilhão. Em 2018, foram R$ 900 milhões. A rede vende todo tipo de produto: papelaria, artigos para festa, itens de higiene, beleza e moda, cama, mesa e banho, eletrodomésticos e alimentos, entre outros.
Hoje, embora a principal meta seja a transformação digital, a expansão das lojas físicas vai continuar forte. Até o fim do ano, a rede deve inaugurar mais 21 lojas, totalizando 145 unidades no País inteiro.
David Lee, presidente da rede, afirma que a empresa tem uma serie de projetos em andamento, mas neste momento as atenções estão voltadas para a estreia no mercado online. “Foram dez meses de desenvolvimento do site, com a inserção de 7 mil produtos com fotos e descrição”, diz.
Lee afirma que, no espaço dedicado à lista de casamento, o plano é criar um marketplace, plataforma que abriga ofertas de terceiros, para conseguir oferecer produtos fora do portfólio da Le Biscuit.
Classe C
Um exemplo, diz ele, são eletrodomésticos, como máquina de lavar, refrigeradores e fogão. “Mas vamos implementar isso conforme iniciarmos a operação e observarmos o comportamento dos consumidores”, diz. Segundo ele, esse é um grande mercado, especialmente nas classes B e C.
A venda de produtos no site com retirada em loja ou entrega em casa terá início em janeiro e fevereiro, em Salvador. A expansão para o resto do País será gradual, ao longo de 2020. O especialista em varejo Jean Paul Rebetez, sócio-diretor da GS&Consult, do Grupo GS&Gouvêa de Souza, diz que a entrada da Le Biscuit no mundo digital é uma ótima notícia e aproxima a rede de seus concorrentes. “A entrada no comércio eletrônico é apenas o primeiro passo de uma série de transformações que esse processo representa”, diz ele. “Estamos falando de mudança de cultura, de pessoal e de inovação.”
Apesar da crise econômica que assolou o Brasil nos últimos anos, Lee diz que o grupo foi bem sucedido em aproveitar as oportunidades, expandir as operações e melhorar os processos de abastecimento e logística. “Conseguimos ser mais eficientes e agora estamos capitalizados para investir mais do que nunca, incluindo a agenda digital”, afirma.
Até 2011, a rede – criada pelo baiano Aristóteles Santanna – tinha apenas 19 unidades na Bahia e em Sergipe. A receita anual somava R$ 190 milhões. Foi a partir daí que o armarinho fundado na Rua Sales Barbosa, centro popular de Feira de Santana (BA), começou um ambicioso plano de expansão incluindo Estados fora do eixo Nordeste.
A entrada da gestora Vinci Partners, que administra R$ 22 bilhões em ativos e tem participação em empresas como Burger King e Domino’s, deu o fôlego necessário para a empresa experimentar novos mercados, a partir de 2012.
Além das novas lojas, a Le Biscuit também iniciou um programa de franquias, voltado para cidades com população entre 80 mil e 200 mil habitantes. Um projeto piloto foi iniciado há dois anos em duas cidades da Bahia. “A experiência foi muito boa e agora estamos ampliando o programa”, diz ele. Nos próximos seis meses, dez lojas franqueadas serão abertas no Piauí, Maranhão, Pernambuco e Bahia.
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