Redução do déficit habitacional pede união das três esferas do poder público e do mercado

Em apresentação sobre o tema no ‘Summit Imobiliário’, Reinaldo Iapequino, diretor-presidente da CDHU, destacou os avanços conquistados pela empresa pública de habitação

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Por Heloisa Scognamiglio

Com um déficit de 7 milhões de moradias no Brasil, de 1,2 milhão no Estado de São Paulo e de 380 mil na capital, o tema da falta de habitação também foi abordado no Summit Imobiliário 2024, evento organizado pelo Estadão em parceria com o Secovi-SP. Em apresentação sobre o assunto, Reinaldo Iapequino, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), destacou os avanços conquistados pela empresa de habitação do governo paulista.

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“Na gestão anterior, por ano, a gente conseguia, com esforço enorme, entregar 5 mil ou 6 mil unidades. Nós já entregamos nesta gestão só pela CDHU quase 13 mil unidades, então muda o patamar. O governador Tarcísio está colocando recursos e, neste ano, nós recebemos quase R$ 3,5 bilhões, comparando com anos anteriores, que era na faixa de R$ 1 bilhão a R$ 1,3 bilhão”, diz.

Marcelo Cardinale Branco, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado de São Paulo, também convidado do evento, afirmou que o governo estadual está atuando para ampliar o escopo do atendimento habitacional. “O governador desenhou uma meta audaciosa de entregar 200 mil unidades habitacionais no Estado de São Paulo. Nós já entregamos 45 mil unidades, 13 mil só da CDHU, e já temos mais 77 mil em construção. E temos, realmente, a vontade e a disposição de atingir essa renda de 200 mil unidades”, diz.

“Dentro desse déficit estimado nós temos diversos tipos de necessidades”, ressaltou o secretário, citando desde famílias de renda mais baixa, pessoas em área de risco ou com pouca ou nenhuma capacidade de pagamento da prestação, até pessoas que têm um renda maior e já tem alguma capacidade de pagamento. Ele destacou a importância da CDHU no atendimento a esses públicos. “Houve anteriormente a ideia do fechamento da CDHU. Mas nós, no governo atual, somos totalmente contrários a isso. A CDHU, eu diria, é uma das empresas mais eficientes na construção habitacional popular no Brasil”, aponta.

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Reinaldo Iapequino, presidente da CDHU, destacou metas do governo paulista para entrega de habitações Foto: Sergio Barzaghi/Estadão

Marcelo destacou ainda o trabalho do governo estadual nas regularizações fundiárias, com a atual gestão atingindo a marca de mais de cem mil títulos de regularização de imóveis concedidos. “A questão da regularização também é importante no atendimento ao déficit habitacional, porque as pessoas não têm segurança para a sua habitação sem o título. A pessoa não consegue obter um financiamento, não consegue dar em garantia, não consegue vender. Já entregamos mais de cem mil títulos nesses vinte e poucos meses de governo e pretendemos que esse número seja mais do que o dobro até o final”, diz.

Desafios

Reinaldo, presidente da CDHU, também abordou os desafios na agenda do setor da habitação popular. Segundo ele, o programa Minha Casa Minha Vida poderia ter uma atuação mais direta olhando para os parceiros estaduais, como é o caso da CDHU, principalmente em relação às questões burocráticas.

“O programa não admite aquilo que a CDHU já tem em licitação. Tem que nascer agora um empreendimento novo e nenhum empreendimento novo a gente consegue emplacar em menos de seis meses ou um ano. O programa poderia permitir operar com projetos já em curso, todo mundo dividiria a conta e a gente conseguiria acelerar muito mais. Está faltando um pouco de sensibilidade para fazermos uma parceria melhor”, defendeu.

Ele destacou os esforços feitos em parceria com a cidade de São Paulo, que, segundo ele, têm dado certo, como com o programa Pode Entrar, parcerias público-privadas e projetos com a COHAB-SP. “Mas esperamos que as parcerias melhorem, principalmente em 2025, ano importantíssimo porque em 2026 é outro ano eleitoral. É imprescindível que as três esferas de governo estejam juntas, o setor privado esteja junto, e que a gente possa destravar alguns gargalos. O apelo que eu faço aqui é usarmos os convênios e contratos já firmados, sentarmos na mesma mesa e vermos quais são os pontos de destravamento”, avalia.

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