O governo ainda não desistiu da ideia de promover uma capitalização da Petrobrás para tornar a estatal a principal executora dos investimentos no pré-sal. Defendida pelo presidente da empresa, Sérgio Gabrielli, e por alguns líderes governistas, como o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), a proposta foi aventada pela primeira vez como forma de o governo ceder à Petrobrás parte de suas reservas de petróleo e, em troca, ficar dispensado de aportar recursos na exploração. A necessidade de participar dos investimentos existiria se o governo decidisse adotar o modelo norueguês, em que uma estatal (a Petoro) é proprietária de parte das reservas, em nome do Estado, e se associa com a Statoil (empresa mista e de capital controlada pelo governo, como a Petrobrás) e outras multinacionais para extrair o petróleo. No modelo de partilha, o governo se desobriga de aplicar recursos na exploração. Mas o Planalto estuda a possibilidade de capitalizar a Petrobrás por outro motivo: fortalecê-la como operadora do pré-sal. "Para que Petrobrás possa arregimentar os financiamentos bilionários requeridos pelo pré-sal, precisa ter sua musculatura patrimonial reforçada", afirma uma fonte.
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