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Tributária: o que os presidentes do Itaú, Bradesco e BTG pensam do projeto aprovado na Câmara

Para executivos, reforma é fundamental para elevar a competitividade do País e permitir um crescimento mais sustentável no longo prazo

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Por Redação

São Paulo - O projeto de reforma tributária aprovado na madrugada desta sexta-feira, 7, na Câmara dos Deputados, foi bem recebido pelos empresários, por atacar uma demanda muito antiga do mundo corporativo: a simplificação dos tributos. O projeto, que ainda terá de passar pelo Senado, extingue os impostos IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS, que serão substituídos por dois novos tributos (CBS e IBS). Serão impostos não cumulativos (ou seja, acaba a cobrança de impostos em cascata) e a cobrança passa a ser no destino dos produtos (onde eles são consumidos), e não mais na origem (onde são fabricados), como hoje.

Veja abaixo a avaliação do projeto feita pelos executivos por algumas das maiores instituições financeiras do País:

Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do conselho de administração do Bradesco

Para Luiz Carlos Trabuco, sistema tributário brasileiro ganha frescor e modernidade  Foto: Hélcio Nagamine/Estadão

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“A aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados é uma boa notícia para todos os brasileiros. Ela representa a perspectiva de que podemos superar o grande desafio do crescimento de longo prazo, sustentável e robusto.

O sistema tributário brasileiro, considerado um dos mais complexos do mundo, ganha frescor e modernidade. O modelo aprovado foi amplamente debatido nos últimos quatro anos. Ele simplifica e desburocratiza para quem contribui, ao mesmo tempo que mantém a carga tributária. O sistema perde complexidade e ganha em eficiência e transparência.

Esta é a realidade: as empresas gastavam um tempo precioso apenas para seguir corretamente os regulamentos para pagar os tributos existentes hoje. Além de oneroso, gerava insegurança jurídica.

O próximo passo é consolidar uma melhora sistemática do ambiente de negócios no Brasil. Paradoxalmente, esse é um tema muito discutido, mas ao mesmo tempo bastante negligenciado na prática. O Brasil precisa que o tema, alinhado a um programa objetivo de aumento da competividade e produtividade, seja o centro das atenções do Executivo e do Legislativo. Senso de urgência seria a palavra de ordem.”

Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco

Reforma ataca um ponto central para o País, que é a simplificação tributária, diz Milton Maluhy  Foto: Taba Benedicto/Estadão

“As medidas indicam uma reforma técnica e que ataca um ponto central para o País, que é a simplificação tributária. Pelo que vimos até aqui, os benefícios da reforma estão concentrados em médio e longo prazos, considerando o tempo de implementação e os impactos das medidas.

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Este olhar de futuro é fundamental, pois fortalece um compromisso de simplificação e eficiência longevo e contínuo. Uma agenda de curto prazo, voltada exclusivamente para arrecadação e geração de receita, com aumento de impostos, teria o efeito contrário, resultando em perda de competitividade e redução de investimentos em um País cuja carga tributária já é bastante relevante.”

Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual

Momento nunca foi tão propício para o País avançar em reformas estruturantes, diz Roberto Sallouti Foto: Divulgação/BTG Pactual

“O momento nunca esteve tão propício como agora para avançarmos em reformas estruturantes, tão importantes para reduzir o custo de crédito no País e nos posicionarmos de forma mais competitiva no cenário internacional. Hoje temos uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo, com um sistema bastante complexo.

É preciso avançar nessa simplificação e ampliar a eficiência dos gastos públicos, pontos fundamentais para o aumento da produtividade da economia e para tornar o ambiente de negócios ainda mais favorável.”

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