BRASÍLIA - Empresários dos setores de serviços, que buscaram apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para adiar a votação da reforma tributária estão com a pulga atrás da orelha com a movimentação feita por ele nas negociações políticas e também técnicas da proposta.
O Estadão apurou que lideranças das entidades empresariais do setor de serviços, que estiveram reunidos com o governador na sexta-feira, manifestaram hoje nos bastidores preocupação de que estejam sendo usados como massa de manobra para Tarcísio conseguir uma posição mais favorável nas negociações com o Congresso -- e, portanto, ser atendido nas demandas para São Paulo.
A luz amarela acendeu depois de Tarcísio ter ido a Brasília, no sábado, para se reunir com o relator da reforma na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Com a posição contrária a pontos da reforma, o governador paulista, que foi ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem cada vez ganhado protagonismo na reforma. Mas ao mesmo tempo, em entrevista hoje, reforçou que não é contra a reforma e pontuou que está é a primeira vez que São Paulo não se coloca como contrário à aprovação das mudanças na tributação dos impostos sobre o consumo, entre eles o ICMS cobrado pelos Estados. “Nunca isso aconteceu”, disse ele.
Tarcísio tem usado a força do Estado mais rico do País para ganhar cada vez mais espaço nas negociações de última hora da reforma. Já as empresas dos serviços buscaram apoio do governador para formar um bloco unido de pressão pelo adiamento da votação para depois do recesso parlamentar, que começa em duas semanas.
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O esforço concentrado de votação disparado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PB), que baixou ato proibindo reuniões de comissões para não atrapalhar o foco na reforma tributária ao longo da semana, foi interpretado como um sinal de que a votação está próxima e acontecerá antes do recesso parlamentar, como quer o Ministério da Fazenda.
Aliados de Tarcísio, porém, relatam que o governador está ganhando tempo nas negociações para colocar a votação reforma mais para frente.
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