Regulamentação da reforma tributária deve ser enviada na quarta, diz Haddad

Segundo o ministro da Fazenda, data foi pedida pelos líderes da Câmara; reunião com Lula definiu detalhes finais do texto

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Foto do author Giordanna Neves
Atualização:

Brasília, 22/04/2024 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou há pouco que o projeto de lei que vai regulamentar a reforma tributária deve ser enviado ao Congresso na próxima quarta-feira, 24, como pedido pelos líderes partidários. Ele reforçou que é “completamente possível” aprovar e sancionar as matérias ainda este ano.

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Haddad disse que o texto foi concluído hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não há mais pendência a ser resolvida com o chefe do Executivo. “Hoje foi a última reunião com Lula para ele validar as últimas polêmicas”, explicou. Um dos pontos debatidos no encontro foram detalhes sobre a distinção de três alíquotas: zero, reduzida e cheia.

O ministro explicou que nesta semana será enviado apenas um dos projetos de lei complementar, que vai tratar das regras principais envolvendo, por exemplo, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) estadual, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) federal e a composição da cesta básica nacional. O segundo projeto, que vai regulamentar a atuação do Comitê Gestor do IBS, deve ser enviado daqui uma semana ou 10 dias.

“São dois projetos. Está indo o mais robusto, porque o outro é mais administrativo. Vai o (projeto) que vai gerar muito debate. É um texto de quase 200 páginas”, disse Haddad. Em relação aos relatores das propostas, o ministro disse que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve manter o senador Eduardo Braga (MDB-AM) no posto. Já na Câmara, ele ainda não recebeu sinalização do presidente Arthur Lira (PP-AL). Como mostrou o Broadcast, a equipe econômica defende que o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) continue com a relatoria.

Fernando Haddad manteve otimismo de que leis complementares da reforma tributária serão aprovadas neste ano Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ministro afirmou ainda que é “completamente possível” que a regulamentação da tributária seja concluída este ano. Ele disse que seria “injusto” com Lira e com Pacheco se não houvesse aprovação até o fim do mandato dos dois congressistas, que se encerra em fevereiro de 2025.

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Perse

Após reunião com líderes partidários da Câmara, Haddad afirmou que houve consenso em torno dos princípios defendidos pela equipe econômica sobre o projeto de lei que vai reformular o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Haddad disse, no entanto, que a votação depende do acordo que será firmado na reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes amanhã, às 12 horas.

“(Vamos votar) se a conversa for boa no meio dia. Eu ouvi dos líderes um consenso muito grande em torno dos princípios principais, que é o valor e a habilitação”, disse Haddad. O ministro afirmou ainda que quer participar da reunião amanhã para discutir o assunto.

A proposta da habilitação prévia defendida pela Fazenda busca evitar suspeitas de abusos e irregularidades envolvendo o programa. A ideia é que as empresas se habilitem junto à Receita Federal antes de receberem o benefício. Os líderes também concordaram que o programa deve ter um custo fixado em R$ 15 bilhões até 2026.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, a relatora do Perse, deputada Renata Abreu (Podemos-SP), apenas incluiu no texto que, se a Receita registrar, durante avaliações periódicas, que o limite de R$ 15 bilhões foi ultrapassado, o governo poderá enviar no segundo semestre de 2025 um projeto de lei ao Congresso para alterar as alíquotas dos tributos com o objetivo de adequar o impacto fiscal.

Uma fonte apontou reservadamente que a regra é inútil porque o Executivo já teria a prerrogativa de apresentar um projeto ao Congresso ou editar uma medida provisória a qualquer momento. Nada garantiria, contudo, que o Legislativo iria aprovar o corte de benefícios num cenário de extrapolação de custos.

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