Os representantes dos maiores bancos privados do País deixaram a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, convencidos de que ele decidirá a favor do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em temas de natureza fiscal, mesmo com a sensibilidade política das medidas. Relatos ouvidos pelo Estadão/Broadcast apontam que Lula disse confiar no trabalho do ministro.
Durante o encontro, o ministro afirmou ao presidente, segundo fontes, que o equilíbrio fiscal é o que vai assegurar um crescimento sustentável e equilibrado da economia. Os presentes “viram, ouviram e sentiram” que Lula confia no ministro, e que deve arbitrar a favor dele em decisões de governo, ainda que em público, o presidente se manifeste contra cortes de gastos.
O encontro desta quarta-feira, 16, foi o primeiro entre Lula e os presidentes dos maiores bancos privados do País. Estiveram presentes os presidentes de Itaú Unibanco, Bradesco, Santander Brasil e BTG Pactual, além do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney. Participantes definiram a conversa como bastante cordial.
Os bancos vinham mantendo instâncias de interlocução com o governo, majoritariamente através de Haddad, mas essa foi a primeira reunião com a presença do presidente. Justamente por isso, não estavam presentes os presidentes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BNDES, que por serem públicos, têm contato mais frequente com Lula.
A reunião foi solicitada pelos bancos a Haddad há alguns meses, quando o ministro da Fazenda viveu uma crise em meio à devolução da medida provisória da reoneração da folha pelo Congresso. Naquele momento, os bancos deram apoio público ao ministro, o que ajudou a acalmar o mercado. Desde então, vinham tentando uma agenda com Lula, que aconteceu antes de um período longo em que Lula viajará pelo Brasil e para outros países.
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De acordo com relatos de pessoas que estiveram presentes na reunião, Lula e Haddad manifestaram algumas preocupações. Uma delas foi em equacionar o esgotamento das fontes de captação do crédito imobiliário, que ainda é muito dependente da poupança. Com a estagnação das cadernetas, os bancos têm sido obrigados a apertar as condições de financiamento para evitar que os recursos se esgotem.
A Caixa, líder no setor, passará a exigir um valor de entrada maior para financiamentos que utilizem recursos da poupança, em uma tentativa de evitar a alta dos juros. Nos bancos privados, a saída tem sido reduzir as concessões, diante de uma poupança menos representativa que a do banco público.
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