Os efeitos da forte estiagem vão além do agronegócio. Devido ao baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, as termoelétricas foram acionadas. A partir deste mês, a bandeira tarifária cobrada na conta de luz passou de verde para vermelha nível 1. É um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 quilowatt-hora (kWh), conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além de gastar mais com e eletricidade, os brasileiros provavelmente também vão desembolsar mais para comprar eletroeletrônicos produzidos na Zona Franca de Manaus (AM). Com o baixo nível dos rios da região Amazônica, os custos de transporte de componentes importados aumentaram.
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Desde julho, os fabricantes da Zona Franca estão pagando a “taxa de pouca água” aos operadores internacionais de navegação, segundo José Jorge do Nascimento, presidente da Eletros, associação que reúne a indústria eletroeletrônica. A taxa é da ordem de US$ 5 mil por contêiner, o equivalente a R$ 28,25 mil pela cotação desta terça-feira, 10. Os operadores justificam que a “taxa de pouca água” é necessária devido ao baixo nível dos rios, que eleva os custos.
Esse encargo é adicional ao custo do frete da Ásia para o Brasil, que registrou forte escalada nos últimos meses por uma série de fatores globais. Era de US$ 2 mil (R$ 11,3 mil) por contêiner cinco meses atrás e hoje está em US$ 13 mil (R$ 73,45 mil).
Nas contas do executivo, o custo de transporte dos produtos fabricados na Zona Franca teve um acréscimo de quase US$ 20 mil (R$ 113 mil) por contêiner. “É inevitável o impacto no preço final dos produtos”, afirma Nascimento, sem informar de quanto será o aumento. Em Manaus (AM) são fabricados TVs, aparelhos de ar condicionado, fornos de micro-ondas, lava-louças, bens de informática e eletroportáteis.
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