RIO - A arrecadação de “royalties” da mineração no Brasil atingiu a marca de R$ 10,3 bilhões no ano passado, um recorde histórico, mostram dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) obtidos pelo Estadão/Broadcast. O valor é cinco vezes maior do que a média registrada nos últimos 12 anos.
O desempenho veio na esteira do preço do minério de ferro, que chegou a ser negociado a US$ 237 a tonelada em maio, no porto de Qingdao, na China. A partir de julho, a cotação cedeu e fechou o ano perto de US$ 120 a tonelada. A valorização do dólar também contribui para o nível de “royalties” recorde.
A arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) - nome técnico dado ao royalty do setor - foi liderada pelo Estado do Pará, com R$ 4,8 bilhões no ano passado. A região concentra grandes operações da Vale, como os complexos de Carajás e S11D.
Somente no município de Parauapebas (PA), onde fica a maior província mineral do País, a Serra dos Carajás, foram recolhidos R$ 2,45 bilhões em CFEM. Em Canaã dos Carajás (PA), onde está localizado o complexo S11D, os “royalties” da mineração somaram R$ 1,85 bilhão no ano passado.
Apesar das restrições operacionais existentes em Minas Gerais, após as duas tragédias dos últimos anos, a arrecadação de CFEM somou R$ 4,6 bilhões no Estado em 2021, próximo do registrado no Pará. Somente o município de Conceição do Mato Dentro, no interior de Minas Gerais, originou R$ 668 milhões.
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