Quem circula pela Vila Romana, em São Paulo, percebe a forte expansão da RS Serviços. A empresa, sediada no bairro da zona oeste de São Paulo, ampliou sua presença para dez outros imóveis nos arredores, reflexo do crescimento de 289% desde 2018. “Sempre tivemos o objetivo de crescer, mas sem abrir mão da qualidade do atendimento, nosso princípio fundamental”, conta o fundador e CEO, Renato Alves.
A empresa nasceu em 2006, sediada inicialmente em Guarulhos. Com apenas 26 anos à época, Renato, formado em Administração, com pós-graduação em Marketing na Fundação Getúlio Vargas (FGV), poderia seguir carreira nos negócios da família, mas preferiu traçar um caminho próprio. Vislumbrou que o campo da segurança privada seria promissor. Convidou três pessoas em quem confiava para iniciar um novo negócio ao lado dele, no qual aplicaria todas as economias – R$ 120 mil.
O começo foi com a oferta de serviços como limpeza, manutenção e zeladoria, etapa necessária para chegar depois à segurança privada, que implicaria processos mais complexos. A ideia original era que a empresa se chamaria Renascer, significado do nome Renato – além do mais, lançar-se ao empreendedorismo representava para ele um novo início, independente da trajetória familiar. O fundador decidiu, no entanto, condensar o verbo Renascer em apenas duas letras, RS.
Hoje, são 8.300 colaboradores, dos quais cerca de 8 mil estão alocados nos mais de 1.300 clientes, enquanto os demais 300 integram a estrutura administrativa e de desenvolvimento tecnológico. A empresa tem filiais em Santo André, Campinas, Guarulhos, Jundiaí e Caraguatatuba – e está iniciando a expansão para outros Estados, com a abertura em breve de filiais no Rio de Janeiro, programada para novembro, e, depois, em Belo Horizonte.
Atuação comunitária
Durante a pandemia, a RS mudou a estratégia e deu maior ênfase para o atendimento a condomínios, nicho que antes representava 40% da receita, ante 60% no mercado corporativo. Agora, no pós-pandemia, essa relação está invertida. “Temos clientes exclusivamente no campo privado, pelo simples fato de que o governo contrata as empresas mais baratas, e nós não somos a mais barata. Somos aquela que oferece o melhor custo-benefício, considerando tudo o que entregamos e quanto cobramos por isso”, diz o fundador e CEO.
Para manter o atributo que a destacou no mercado – a qualidade do atendimento –, a RS seleciona cuidadosamente os novos colaboradores. O ritmo está acelerado, com a média de 700 contratações por mês. “É provável que a gente chegue à casa de 10 mil colaboradores até o final do ano”, projeta Renato. O bom clima de trabalho e o pacote de benefícios acima do oferecido pelo mercado contribuíram para que a empresa conquistasse a certificação da consultoria Great Place to Work, principal reconhecimento concedido no mercado brasileiro às empresas consideradas boas para trabalhar. Excelente indício é que, 17 anos depois, os três parceiros da primeira hora continuam na empresa.
Um dos destaques é o espaço dado às mulheres, que compõem 65% do quadro de colaboradores e ocupam metade dos cargos da liderança, algo incomum no setor de segurança. A sede da empresa tem refeitório, onde os colaboradores podem fazer refeições saudáveis, e até um mini-spa, com massagista disponível em tempo integral para quem estiver precisando relaxar.
Entre as diversas iniciativas para estreitar os laços com a comunidade, uma das novidades é o Abrigo Amigo, parceria recém-iniciada com a Eletromidia. A ideia é, no período entre 20h e 5h, disponibilizar atendentes remotas para interagir por videochamada com mulheres que estejam sozinhas nos pontos de ônibus contemplados pelo projeto.
Para iniciar a conversa, é só pressionar um botão no painel digital, conectado à central de atendimento. Equipado com câmera noturna, microfone, sensor de presença e conexão à internet, o sistema permite que passageira e atendente – que também será sempre uma mulher – conversem olhando uma para a outra, ao mesmo tempo que a atendente visualiza de forma ampla os arredores do ponto de ônibus. Assim, poderá mobilizar rapidamente algum tipo de ação caso considere necessário. O projeto começou no final de agosto em dez abrigos de São Paulo e a ideia, nessa primeira fase, é que seja ampliado para 100 abrigos, incluindo também as cidades de Campinas e do Rio de Janeiro.
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