Os bairros Jardim Europa, Pinheiros, Moema e Itaim Bibi concentram as ruas com preços de imóveis mais caros da cidade de São Paulo. Enquanto a média da capital é de R$ 10.528 por metro quadrado (m²), nesses locais, o valor chega R$ 64.683, de acordo com levantamento da DataZap, feito a pedido do Estadão.
De janeiro a agosto deste ano, os imóveis mais caros da capital paulista estavam na Rua Seridó, localizada no Jardim Europa (R$ 64.683, o m²). Em segundo lugar aparece a Rua Frederic Chopin, em Pinheiros, com preço de R$ 45.752, seguida pela Avenida República do Líbano, em Moema, com preço de R$ 41.307.
Na Rua Seridó, perto do Parque do Povo e do Jockey Club, um dos apartamentos anunciados para a venda atualmente tem três quartos, cinco vagas de garagem, cinco banheiros e área de 410 m². O preço do imóvel é de R$ 28 milhões, com condomínio de R$ 9,5 mil e IPTU de R$ 5 mil.
A área de lazer do edifício conta com academia, aquecimento central, garagem para visitas, hidromassagem, jardim, piscina aquecida, playground, quadra poliesportiva, salão de festa e sauna.
Segundo especialistas, o preço acima da média dos imóveis é resultado de uma combinação de fatores. Entre eles está a localização privilegiada da região, o fácil acesso a diferentes áreas da cidade de carro ou por transporte público. Também contam a favor as áreas comuns do condomínio, a proximidade a parques e shoppings, bem como o desenvolvimento econômico do bairro.
Para a professora de economia do Insper, Juliana Inhasz, os preços dos imóveis refletem a correção monetária, a inflação e uma alta geral em São Paulo. “É muito natural que, com aumentos generalizados, os proprietários de imóveis também repassem essa perda do poder de compra para o preço do seus imóveis, evitando perder patrimônio”, diz Juliana.
O diretor institucional do Grupo Lopes, Cyro Naufel, pondera que houve falta de oferta de imóveis em São Paulo, o que contribuiu para uma escalada de preços. Segundo dados da FipeZap, o preço dos imóveis na cidade subiu 3,24% de janeiro a agosto e 5,36% em 12 meses, em média.
“A subida da taxa de juros, os custos de construção mais altos do que o IPCA encareceram os imóveis em cidades como São Paulo. Houve descompasso de oferta e procura, o que aumentou muito os preços”, diz.
O levantamento da DataZap considerou preços de anúncios de casas e apartamentos (incluindo coberturas e casas de condomínio fechado) com finalidade residencial à venda nos portais Zap, Viva Real e OLX Imóveis. Vale notar que os dados não refletem necessariamente o valor pago pelos imóveis, uma vez que há tendência de que o valor de fechamento do negócio seja menor.
Imóveis comerciais
No segmento comercial, as ruas mais caras diferem das mais procuradas para moradias, mas ficam em regiões próximas. De acordo com dados da Mbras, que considerou o valor de acordos registrados em cartórios de meados de 2021 até setembro deste ano, a Oscar Freire foi a rua com maior preço.
“A Oscar Freire virou um shopping de alto padrão a céu aberto. A Avenida Europa se destaca por ser uma ligação entre a Faria Lima e a Avenida Paulista. A Gabriel Monteiro é um grande shopping de móveis e galerias. A Avenida Paulista é uma das avenidas mais clássicas de São Paulo”, diz Lucas Melo, diretor executivo da imobiliária Mbras.
O maior negócio registrado na Oscar Freire foi a venda de um imóvel com preço de R$ 111,3 mil por m², num total de R$ 44,5 milhões. O endereço é hoje da loja de referência da marca de óculos Chilli Beans.
A Avenida Brigadeiro Faria Lima aparece em seguida, com uma transação de R$ 106 mil por m², em valor total de R$ 371 milhões, no endereço que hoje é do edifício corporativo Acqua.
Já a Alameda Gabriel Monteiro da Silva ficou em terceiro lugar. Próxima à Oscar Freire, a rua teve negócio fechado a R$ 67,3 mil por m², em valor total de R$ 3 milhões. O local tem hoje uma loja de referência da marca de calçados Asics.
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