Rubens Ometto: arcabouço fiscal é resultado da visão de um governo que quer gastar, e não economizar

Para empresário, a consequência de uma regra fiscal que foi ‘concebida para aumentar os gastos públicos’ são os juros altos

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GUARUJÁ - O empresário Rubens Ometto fez neste sábado, 8, críticas à política fiscal do governo federal, baseada no aumento da arrecadação, e aos efeitos das incertezas sobre a trajetória da dívida pública na taxa de juros e no custo de capital das empresas.

“Do jeito que está, com o governo metendo a mão, querendo taxar tudo e com juros desse jeito, não dá”, disse o presidente do conselho de administração da Raízen. Ao participar de painel no fórum realizado neste sábado pela Esfera no Guarujá, no litoral paulista, Ometto iniciou sua fala avisando que sua intenção era falar sobre “o que está errado”. Sendo assim, disse não ter acreditado no arcabouço fiscal desde o seu lançamento, pois a regra foi concebida para aumentar os gastos públicos, uma vez que atrela as despesas à evolução das receitas do governo.

Para Ometto, as medidas de arrecadação tiram dinheiro do setor produtivo Foto: Felipe Rau/Estadão

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“É claro que o governo trabalharia furiosamente para aumentar a receita e assim gastar mais”, avaliou o empresário. Para Ometto, o arcabouço é resultado da visão de um governo que quer gastar, e não reduzir a divida pública. A consequência, emendou, são juros altos.

Após listar as medidas de ajuste fiscal - citando a volta do voto de desempate a favor do governo em disputas tributárias no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), a limitação para as compensações de impostos federais e a tentativa de reoneração da folha de pagamentos -, Ometto julgou que o governo não está preocupado em interpretar a ideia do legislador, mas sim em “morder”.

“E estão fazendo isso”, disse o empresário, acrescentando que as medidas de arrecadação tiram dinheiro do setor produtivo, ou seja, de quem produz e emprega.

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