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Sabesp: Equatorial deve investir R$ 7 bi por fatia de 15%; ‘Estamos satisfeitos’, diz Tarcísio

Expectativa é que a privatização movimente cerca de R$ 15 bilhões; outros 18% da companhia vão para o varejo, incluindo venda para pessoas físicas, aposentados e funcionários da Sabesp

Foto do author Elisa Calmon
Foto do author Cynthia Decloedt
Foto do author Altamiro Silva Junior
Atualização:

Única empresa a entregar proposta por 15% de participação na Sabesp, a Equatorial foi qualificada como investidor de referência na privatização da companhia de saneamento do Estado de São Paulo, afirmou nesta sexta-feira, 28, o governador Tarcísio de Freitas.

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Segundo ele, a Equatorial deve investir cerca de R$ 7 bilhões pela fatia de 15%. “Estamos satisfeitos com o resultado e o andamento do processo”, afirmou o governador, de Londres, onde participa de encontro com investidores estrangeiros, após passar por Nova York na semana passada.

A Equatorial propôs preço mínimo de R$ 67 por ação da Sabesp para ser investidor de referência. A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natalia Resende, disse, em entrevista à imprensa, que o preço proposto está acima do valor mínimo fixado pelo governo paulista, que ainda não é público e só será divulgado após a liquidação da operação.

A expectativa é que a privatização da Sabesp movimente cerca de R$ 15 bilhões. Além de ser a maior no Brasil este ano, a oferta da Sabesp concorre para se tornar a quinta maior do mundo em 2024.

Privatização da Sabesp prevê compromisso de investimentos da ordem de R$ 70 bilhões até 2029 para universalização da água e esgoto no Estado de São Paulo Foto: Sabesp/Divulgação

A secretária reforçou que a hipótese de ter apenas uma empresa na disputa final para investidor de referência estava prevista no prospecto da operação. Esse investidor vai ajudar a dar mais governança para a empresa, segundo Resende.

Segundo ela, com um único investidor de referência na disputa, vai ser colocado a mercado apenas um livro de ofertas (book), como é normalmente feito em ofertas de ações no Brasil e no mundo. A oferta previa dois books se fossem dois finalistas.

“Vamos ver ao final como vai ser a formação do livro para definir o preço”, disse a secretária. O fato de ter um só investidor interessado em ser acionista de referência, afirmou ela, não é falta de concorrência, mas mostra “aderência ao processo de privatização”. Este investidor vai desembolsar R$ 6,9 bilhões. “Está tudo dentro do esperado”, garantiu.

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Tarcísio disse que a definição do preço mínimo é muito técnica e não pode ser avaliado apenas com a cotação de tela do momento. “Vai ser a maior operação do mercado de capitais do Brasil este ano”, disse. Com a operação, a fatia do governo de São Paulo na Sabesp cai de 50,3% para 18%. “Tudo está ocorrendo dentro do cronograma previsto”, afirmou o governador.

A Equatorial, que começou a operar em saneamento mais recentemente, deverá ser o investidor individual com maior influência na gestão da companhia, ao lado do governo, que permanecerá com 18% da Sabesp. Ambos terão três assentos no Conselho de Administração.

A privatização da Sabesp prevê compromisso de investimentos da ordem de R$ 70 bilhões até 2029 para universalização da água e esgoto no Estado de São Paulo. A Equatorial também não poderá investir em áreas em outros locais que concorram com a Sabesp.

A oferta de privatização movimentaria R$ 12,8 bilhões se fosse vendido somente o lote base de 191,713 milhões de ações ao preço de R$ 67 ofertado pela Equatorial para entrar no processo como investidor de referência. Considerando também o lote suplementar, de 28,75 milhões de ações, a oferta poderia chegar a movimentar R$ 14,77 bilhões.

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O valor de toda a transação dependerá, entretanto, do quanto o mercado irá oferecer pelo restante da participação que está sendo colocada à venda pelo governo do Estado de São Paulo. As ações da Sabesp fecharam nesta sexta-feira, 28, a R$ 74, 10,4% acima do preço oferecido pela Equatorial.

A precificação está prevista para 18 de julho e até lá vários encontros estão ocorrendo entre o governo do Estado de São Paulo, representantes dos bancos que coordenam a oferta e investidores locais e estrangeiros.

Na segunda-feira, 1º, começa o período de reserva de ações para o investidor de varejo, que se encerra no dia 15 do mesmo mês. Cerca de 18% da fatia à venda do governo paulista vai para o varejo, incluindo venda para pessoas físicas, aposentados e funcionários da Sabesp.

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Até o início desta semana, havia sinalização de que a companhia de saneamento Aegea também faria uma proposta. No entanto, desistiu, entre outros motivos, por conta da margem apertada do “poison pill”, um gatilho por meio do qual um investidor é obrigado a lançar uma oferta de compra de ações ao mercado se ultrapassar determinada fatia de participação na companhia. No caso da Sabesp, esse porcentual é 30%. A Aegea tem entre seus acionistas o Itaúsa e o fundo soberano de Cingapura (GIC), que tem vários fundos, os quais eventualmente podem ter acréscimo de posições em Aegea.

Muitos dos potenciais interessados questionaram também a previsão de um plano de universalização até 2029 muito audacioso e desvantagens financeiras para a entrada de grandes fundos que não são investidores estratégicos. Ficaram pelo caminho a gestora IG4, a francesa Veolia, Cosan, os canadenses da Brookfield e o grupo Votorantim.

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