A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) teve um lucro de R$ 3,523 bilhões em 2023, montante 12,9% maior que o apurado no ano anterior. A empresa encerrou o quarto trimestre do ano passado com lucro líquido de R$ 1,186 bilhão, o que representa um avanço de 84,7% ante o apurado no mesmo intervalo de 2022.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em 2023 foi de R$ 9,634 bilhões, um crescimento de 35,9% ante 2022. Nos últimos três meses do ano passado, o Ebitda ajustado somou R$ 2,964 bilhões, alta de 72,3% na comparação anual.
Em 2023, a receita totalizou R$ 25,568 bilhões, montante 15,9% maior que o registro de 2022. A receita operacional líquida cresceu 22,4% de outubro a dezembro ante um ano antes, para R$ 7,262 bilhões.
Na divulgação dos resultados, a empresa destaca que, no ano passado, a receita operacional bruta relacionada à prestação de serviços de saneamento, a qual não considera a receita de construção, atingiu R$ 21,510 bilhões, com aumento de 15,5% ante 2022, impactadas pelo reajuste tarifário de 12,8% desde maio de 2022; reajuste tarifário de 9,6% desde maio de 2023; aumento de 3% no volume faturado total; e aumento na tarifa média por conta do maior aumento do volume faturado na categoria não residencial.
O resultado financeiro ficou negativo em R$ 1,588 bilhão em 2023, ante resultado também negativo de R$ 372,4 milhões do ano anterior.
Janela de oferta
A expectativa da Sabesp é que a oferta subsequente de ações (follow-on) para a privatização da companhia ocorra entre maio e agosto deste ano. A informação foi reforçada pelo CEO da companhia, André Salcedo, durante teleconferência de resultados.
O executivo explicou que essa é a janela permitida para a companhia usar os dados do primeiro trimestre de 2024 como referência para a oferta. A divulgação do balanço dos três primeiros meses deste ano está prevista para 9 de maio.
Em relação às negociações com a Câmara Municipal de São Paulo sobre os textos que precisam ser aprovados antes da oferta, Salcedo afirmou que isso está nas mãos do Poder Executivo. “Quem lidera essa interação com o município é o governo. Nosso papel é oferecer suporte técnico”, disse.
Em meio às negociações políticas, a Sabesp tem focado no plano de transição. “D+1 da desestatização vem sendo pensado desde o ano passado”, afirmou o executivo durante teleconferência de resultados.
Ele citou três principais pilares de mudança: pessoas, cultura e processo. No caso de pessoal, explicou que é necessário rever os planos de benefícios para atrair novas pessoas e, ao mesmo tempo, manter bons quadros.
Sobre os processos, citou como exemplo a alteração nas compras promovidas pela companhia, que deixarão de ser realizadas no modelo de licitação. “É preciso treinar as pessoas para essas mudanças”, afirmou. Já no aspecto cultural afirmou que o objetivo é motivar as equipes a “extrair todo o potencial da companhia em um ambiente de mais liberdade e geração de valor”.
Com o plano de transição completo, ele será apresentado para o novo conselho e composição acionária após a privatização para, então, ser aprovado./Com Elisa Calmon
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