BRASÍLIA - O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou nesta terça-feira, 3, que a afluência natural para hidrelétricas será a menor em 94 anos no mês de setembro, pela previsão. Houve a recomendação de diversas medidas para a garantia da segurança energética no País no período de seca, incluindo a possibilidade do despacho flexível das usinas termoelétricas a gás natural Santa Cruz, Linhares e Porto Sergipe, conforme mostrou mais cedo o Estadão/Broadcast.
Em razão da estiagem, a conta de luz ficará mais cara em setembro com bandeira vermelha 2. Com reservatórios das hidrelétricas do País cerca de 50% abaixo da média, a medida é adotada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pela primeira vez em mais de três anos.
Apesar do cenário desfavorável na região Norte, o armazenamento equivalente no Sistema Interligado Nacional (SIN) é de 58% e, ao final do período seco, deve atingir entre 42% e 49%.
Para este semestre, o colegiado vê com “incerteza a configuração” do fenômeno La Niña, com previsão de chuva abaixo da média no Norte e no Centro-Oeste nos meses de setembro, outubro e novembro e temperatura acima da média histórica em todo o País.
De setembro a dezembro, com elevada demanda e baixa contribuição da geração eólica, o comitê diz que será necessária a utilização de recursos da reserva operativa para o atendimento da demanda máxima (ponta) do sistema.
A chamada Energia Natural Afluente (ENA) — gerada a partir da vazão natural de um determinado rio para movimentar as turbinas de usinas hidrelétricas — deve ficar abaixo da média histórica para todos os subsistemas, na projeção menos favorável para setembro. Ela é representada pela Média de Longo Termo (MLT)
“A previsão para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte é de 48%, 46%, 36% e 42% da MLT, respectivamente. Para o SIN, o estudo aponta condições de afluência prevista de 43% da MLT, sendo o 2º menor valor para o mês de um histórico de 94 anos”, disse o comunicado.
Para agosto, as condições observadas para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte foram de 58%, 63%, 42% e 49% da Média de Longo Termo (MLT), respectivamente.
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Expansão na capacidade
O comitê também informou que a expansão verificada em agosto de 2024 foi de 571 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica e de 1.683 MVA de capacidade de transformação. No balanço do ano, a expansão totalizou 7.096,5 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 2.409,4 km de linhas de transmissão e 10.730 MVA de capacidade de transformação.
O comitê também discutiu a operação especial do sistema nas eleições municipais, visando ao papel do ONS em propor “medidas especiais de segurança” de modo a garantir o fornecimento “de energia elétrica em eventos de grande relevância”. Esse ponto não foi detalhado.
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