ESPECIAL PARA O ESTADÃO/BROADCAST - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou nesta quinta-feira, 23, que a maior e principal prioridade da instituição no momento é “garantir a estabilidade do sistema bancário americano”, se referindo aos colapsos do Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank.
Durante seu testemunho na Câmara sobre o orçamento federal para 2024, Yellen comentou que o Tesouro fará o necessário para evitar que o contágio provocado pelo colapso dos bancos regionais “se espalhe para o resto do sistema bancário”. “As ferramentas que utilizamos para evitar contágio antes poderão ser usadas de novo, se julgarmos ser necessário”, disse a secretária.
Yellen ainda afirmou que os “principais indicadores atuais mostram que a inflação está desacelerando já por sete meses” e que essa tendência de queda deve se manter com o novo orçamento federal para 2024. Durante seu testemunho ela também comentou que acredita que “é possível um caminho no qual podemos manter o mercado de trabalho forte e combater a inflação” e que o Federal Reserve (Fed) está “fazendo o seu melhor dentro do possível para seguir esse mesmo caminho”.
Além disso, Yellen disse ser imperativo aumentar o teto de dívidas do país, argumentando que, se os EUA não conseguirem pagar as suas dívidas a tempo, isso poderia trazer consequências “catastróficas” para a economia americana. Algumas dessas consequências, segundo ela, poderiam levar os EUA a um estado de default, o que enfraqueceria o dólar ao ponto de levar o país “a uma recessão ou pior.”
Moeda dominante
Janet Yellen comentou que o dólar permanecerá como a moeda global dominante para negociações internacionais, em reação aos recentes comentários do presidente da China, Xi Jinping, sobre a criação de um novo sistema que utilizaria o yuan no lugar do dólar. O líder chinês fez essa declaração durante sua visita a Moscou esta semana, onde se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
“China e Rússia podem tentar criar alternativas para o dólar, mas isso é extremamente difícil de se conseguir”, disse, ao mencionar que os EUA buscarão “trabalhar mais com outros países para diminuir a dependência com a China”, ao se referir a busca por novas tecnologias e o fortalecimento de diferentes cadeias comerciais que não envolvam o país asiático.
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