A maioria dos trabalhadores brasileiros gostaria de adotar a semana de trabalho de 4 dias: 83% são favoráveis à mudança e cerca de 76% acreditam que seriam mais produtivos no modelo. A informação consta de uma pesquisa realizada pela WeWork e pelo Page Group, com colaboração da Exboss e da Reconnect Happiness at Work - esta última é a parceira oficial do 4 Day Week Global, que realiza o projeto-piloto de redução da jornada de trabalho em vários países, incluindo no Brasil. O levantamento ouviu mais de 10 mil colaboradores na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México.
Questionados sobre o que fariam com mais tempo livre caso a jornada de trabalho semanal fosse reduzida para 4 dias, as principais respostas dos brasileiros foram que usariam para descanso e relaxamento, estudos e capacitação, atividades em família, resolução de trâmites burocráticos e pessoais e para exercícios e prática de esportes.
No levantamento, dos que disseram não ser a favor da semana de trabalho de 4 dias (17%), 21% afirmaram que o motivo é por acreditar que o país não está preparado para a mudança, havendo preocupação sobre a necessidade de alguns cargos e equipes de estarem presentes na empresa e sobre como seria distribuída a carga de trabalho.
A semana de quatro dias de trabalho já foi testada em países como África do Sul, Nova Zelândia, Portugal e Reino Unido. No Brasil, um experimento envolvendo pelo menos 21 empresas está sendo conduzido desde setembro pela 4 Day Week Global e pela Reconnect Happiness at Work, com parceria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da WeWork. A colaboração internacional também conta com o Boston College. O objetivo é trabalhar por menos tempo, mas manter 100% do salário e da produtividade.
Busca por mais flexibilidade
O levantamento também aponta uma maior importância da flexibilidade para os trabalhadores no pós-pandemia de covid-19: ao avaliar uma proposta de emprego, 88% consideram importante a flexibilidade de horários e 87%, a modalidade de trabalho. O salário continua sendo o fator de maior relevância (94%), mas a pesquisa indica que a flexibilidade vem ganhando espaço de outros critérios que eram valorizados antes.
“Após a pandemia, as nossas prioridades se deslocaram e o trabalho deixou de ser o único, ou o principal, foco de nossas existências. Para 68% dos entrevistados, a pandemia fez com que eles valorizassem mais o bem-estar e a qualidade de vida”, afirma Bruna Neves, diretora-geral da WeWork Brasil.
O estudo ainda identificou que 46% dos participantes afirmaram que flexibilidade, com modelo de trabalho híbrido ou remoto, é um benefício inegociável, aparecendo muito à frente do plano de saúde (24%) e do vale-alimentação ou refeição (19%).
Atualmente, 64% dos profissionais adotam o trabalho híbrido, enquanto 18% trabalham de forma remota e outros 18%, no formato 100% presencial. Cerca de 55% dos brasileiros apresentam frustração com seus empregos: o principal motivo é a falta de flexibilidade (25%), seguido por salário (14,5%) e falta de processos (11%).
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