Serviços crescem 1% em setembro e alcançam novo recorde, aponta IBGE

Economistas de instituições financeiras preveem desaceleração da atividade econômica no último trimestre, mas ainda assim revisam para cima a projeção de crescimento do PIB em 2024

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RIO E SÃO PAULO - O volume de serviços prestados no País cresceu 1% em setembro ante agosto, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta quarta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o avanço, a prestação de serviços na economia alcançou novo patamar recorde da série histórica iniciada em 2011.

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O resultado de setembro surpreendeu positivamente, ficando no teto das estimativas dos analistas do mercado de financeiro ouvidos pelo Estadão/Projeções Broadcast, que previam uma alta entre 0,1% e 1,0%, com mediana positiva de 0,6%.

“Até agora, os dados da indústria, comércio e serviços mostraram resiliência da atividade econômica, o que corrobora nossa visão de que teremos um terceiro trimestre positivo. Revisamos nossa previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre de 0,6% para 0,7%, depois de o setor de serviços apresentar números mais fortes”, apontou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário. “Esperamos uma desaceleração da atividade econômica, o que deve fazer com tenhamos um PIB mais fraco no quarto trimestre. Mesmo assim, nossa previsão é de que o PIB feche o ano com um crescimento de 3,2% em 2024 e de 1,5% em 2025.”

Após a divulgação da pesquisa, os cálculos do banco Santander Brasil para o PIB do terceiro trimestre, feitos por meio do acompanhamento de indicadores antecedentes, passaram de uma alta de 0,4% para uma expansão de 0,5%, afirmou o economista Gabriel Couto.

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“Os números indicam que o crescimento deve ser mais baixo do que tivemos no primeiro semestre, que veio muito forte. Mas está longe de ser um resultado ruim de crescimento”, salientou Couto.

Grandes eventos (na foto, a Bienal do Livro de São Paulo) e até a edição de livros para o próximo ano escolar ajudaram a levar o setor de serviços a marca recorde Foto: Alex Silva/Estadão

No primeiro trimestre, o PIB registrou crescimento de 0,8%, e, no segundo, alta de 1,4%. Os dados dos serviços em setembro confirmaram o bom momento da atividade econômica brasileira, uma vez que a economia cresceu de maneira disseminada, avaliou o Banco Bradesco, que projeta um avanço de 0,5% para o PIB do terceiro trimestre.

“Os sinais são de que essa desaceleração (esperada na economia) pode ser mais gradual do que o antecipado”, afirmou o Bradesco, em relatório.

Os serviços registraram uma expansão de 1,3% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre deste ano, alta mais acentuada desde o quarto trimestre de 2022.

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“Os serviços crescem pelo sexto trimestre consecutivo”, frisou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços no IBGE.

Na passagem de agosto para setembro, quatro das cinco atividades de serviços registraram avanços: serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4%); informação e comunicação (1,0%); transportes (0,7%) e serviços prestados às famílias (0,4%). O único recuo ocorreu em outros serviços (-0,3%).

Elementos conjunturais favoráveis, como o mercado de trabalho aquecido e a inflação sob controle em setembro, influenciam positivamente o consumo de serviços, mas não são determinantes para o bom desempenho do setor, disse Rodrigo Lobo. Em setembro, houve impacto positivo de fatores pontuais, como a realização do festival de música Rock in Rio, mas também de fatores sazonais, como a edição de livros com vistas ao próximo ano letivo, e de fatores recorrentes, como o bom desempenho do segmento de tecnologia da informação, enumerou Lobo.

“A gente teve um evento importante, a realização de um festival musical de grandes proporções no Rio de Janeiro, o Rock in Rio”, citou o pesquisador, lembrando que o evento impactou o desempenho dos serviços prestados às famílias, mas também a média geral dos serviços. “O Rock in Rio está entre os principais impactos positivos para explicar esse crescimento de 1,0% do resultado global do setor de serviços este mês.”

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