As empresas chinesas de energia limpa, líderes mundiais, estão investindo mais no exterior em meio à acirrada concorrência interna e às tensões comerciais com rivais como os EUA, de acordo com um relatório da Climate Energy Finance.
De fazendas solares e fábricas de baterias a represas hidrelétricas e linhas de transmissão, as empresas chinesas anunciaram planos para um valor estimado de US$ 100 bilhões em gastos com tecnologia limpa no exterior nos últimos dois anos, disse o think tank com sede em Sydney no relatório divulgado na quarta-feira.
Os investimentos ressaltam a pressão que os fabricantes chineses enfrentam à medida que os EUA e a Europa aumentam as sanções e que o aumento da capacidade doméstica reduz os preços e as margens de lucro no país. Isso também reflete a evolução do país nas últimas quatro décadas, que deixou de ser principalmente um importador de novas ideias e tecnologias para se tornar um exportador delas.
“Quando as empresas chinesas constroem uma unidade de produção em outro lugar, elas trazem sua tecnologia, conhecimento, capital e experiência, bem como oportunidades para expandir os mercados de trabalho locais e impulsionar a transição energética doméstica de outras nações”, disse Xuyang Dong, analista de política energética e um dos autores do relatório.
Nem todos os investimentos anunciados poderão ser concretizados, disse Dong, pois as mesmas pressões que impulsionam a mudança para o exterior também estão minando os balanços das empresas. Mas muitos já estão em andamento, como a fábrica de baterias da Contemporary Amperex Technology Co. Ltd. na Hungria.
A China gastou US$ 676 bilhões em sua transição energética no ano passado, mais do que o dobro de qualquer outro país, e domina a produção global de painéis solares, baterias e veículos elétricos. Isso ajudou a baixar os preços da tecnologia de energia limpa, mas estimulou medidas comerciais restritivas dos EUA e da Europa para a Índia, já que os países tentam proteger seus próprios setores de fabricação. Ao investir em fábricas no exterior, as empresas chinesas esperam eliminar essa barreira, disse Dong.
“Esperamos que a China possa transformar seu excesso de capacidade em uma implantação igualmente distribuída em todo o mundo”, disse ela.
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