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Shell processa Greenpeace por US$ 2,1 milhões; ONG ambientalista fala em ‘intimidação’

Ativistas da ONG subiram em um navio da petroleira para denunciar exploração de petróleo

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Por Redação

A Shell pede US$ 2,1 milhões ao Greenpeace perante a Justiça britânica depois que seis ativistas subiram em um navio da petroleira para denunciar a exploração de petróleo, informaram a organização ambientalista e a empresa na quinta-feira, 9.

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Este julgamento é uma “intimidação”, respondeu o Greenpeace em um comunicado, definindo a denúncia como “uma das maiores ameaças legais” que a ONG teve de enfrentar “durante (seus) mais de 50 anos de história”.

Seis ativistas do Greenpeace subiram duas vezes, no final de janeiro e no início de fevereiro, em um navio que navegava pelo oceano Atlântico transportando uma plataforma da Shell, destinada a ampliar um campo de petróleo e gás na Escócia. Os ambientalistas permaneceram a bordo por vários dias.

“A Shell e suas subcontratantes têm o direito de recuperar os custos significativos relacionados às ações perigosas do Greenpeace”, afirmou a empresa em um comunicado.

A empresa explica que foram necessários gastos “significativos” para implementar medidas de precaução destinadas a impedir que outros ativistas continuassem a embarcar no seu navio e para garantir a segurança dos manifestantes e da tripulação.

A Shell pede US$ 2,1 milhões ao Greenpeace após ativistas da ONG subirem em um navio da petroleira para protestar contra a exploração de petróleo.  Foto: Toby Melville/Reuters

Segundo os documentos processuais, a Shell pede ao Supremo Tribunal de Londres uma indenização de US$ 2,1 milhões, principalmente pelos custos que a Fluor, subcontratante americana responsável pela fabricação e entrega da plataforma, teve que enfrentar. Essa última empresa poderia pedir US$ 6,5 milhões de dólares adicionais.

O Greenpeace também mostrou sua desaprovação com uma proposta da Shell de reduzir o valor reivindicado para US$ 1,4 milhão se a organização se comprometer “a nunca mais realizar protestos contra as infraestruturas (da Shell), no mar ou nos portos, em qualquer parte do mundo”, segundo o comunicado da ONG.

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“Nossa intenção foi distorcida”, afirmou um porta-voz da Shell, que acrescentou que “se trata simplesmente de impedir ações no mar ou nos portos que possam pôr em perigo a vida das pessoas”.

“O direito de protestar é fundamental e o respeitamos absolutamente. Mas deve ser feito de forma segura e legal”, disse a Shell anteriormente em seu comunicado. / AFP

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