‘Do silêncio ao Silício’: Projeto oferece imersão nos EUA para empreendedores periféricos e negros

Programa oferece imersão em um dos mais conhecidos polos de tecnologia e inovação do mundo

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Foto do author Shagaly Ferreira
Atualização:

E se, de repente, fosse possível fazer uma viagem com todas as despesas pagas até a Califórnia, nos EUA, para uma imersão em um dos mais conhecidos polos de tecnologia e inovação do mundo? Ir até o Vale do Silício é um sonho para muitos profissionais do setor, mas para parte deles é uma realidade quase impossível.

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É para esse público que o projeto “Do silêncio ao Silício” quer possibilitar a experiência de vivenciar, na prática, a rotina de grandes empresas de ponta, para além do empreendedorismo já praticado nas periferias brasileiras.

Por trás da ideia, está a analista de Diversidade e Inclusão Danielle Marques, de 28 anos. Moradora da periferia de Ribeirão Preto (SP), ela passou pela mesma experiência nos EUA em 2021, quando recebeu uma bolsa que financiava um curso no local. No entanto, a viagem quase deixou de ser realizada por falta de recursos para arcar com outros gastos básicos. A jovem precisou, então, fazer uma “vaquinha” para não ter de desistir da oportunidade.

Dias no Vale do Silício mudaram a vida de Danielle em um momento de transição de carreira.  Foto: Adilton Venegeroles/Estadão

“Quando eu comecei a levantar os custos da viagem, vi que nem de longe eu tinha o valor necessário. Eu estava muito próxima de perder a bolsa, e eu ainda não tinha nem o visto. Fiz uma ‘vaquinha’ e vi amigos meus colaborando com R$ 5″, relembra.

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Os dias no Vale do Silício mudaram a vida de Danielle em um momento de transição de carreira. Até então, ela, que havia se formado em Administração com uma bolsa ProUni, atuava em outra área. A migração para o setor de tecnologia, ao mesmo tempo que significava um momento de grande realização profissional, lhe fazia também perceber contrastes incômodos, que ficaram ainda mais evidentes durante a imersão. Para começar, ela conta que na turma de 70 brasileiros, era a única mulher negra. No local, ela também notou que havia uma diversidade cultural, mas não racial.

Com o projeto – feito em parceria com os amigos Lucas Henrique e Evandro de Oliveira –, a analista percebeu que poderia possibilitar que mais empreendedores periféricos e negros pudessem ter a mesma oportunidade dela.

A proposta de conexão entre as periferias brasileiras e o Vale do Silício – em parceria com a startup Startse – tem como objetivo beneficiar 10 empreendedores com negócios na área de tecnologia. Além dos critérios raciais e de moradia, é necessário que o interessado tenha domínio da língua inglesa. No entanto, um curso intensivo será oferecido para quem não possui fluência. Os selecionados vão visitar polos das principais empresas de tecnologia do mundo.

As inscrições vão até 20 de fevereiro no site: www.dosilencioaosilicio.com.br

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