BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que seria “covardia” adiar a decisão sobre o licenciamento em bloco na Margem Equatorial para depois da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30). Ele argumentou que essa decisão não poderia ser tomada somente para “ficar bonito” do ponto de vista da comunidade internacional.
O ministro é questionado com frequência, em entrevistas à imprensa, sobre uma possível contradição entre a exploração de petróleo e a realização da COP-30, que será sediada no Brasil em novembro. Ele tem reiterado que o Brasil precisa dos recursos dos combustíveis fósseis para o financiamento da transição energética e de políticas sociais.
“Nós já somos política e estruturalmente corretos com relação à sustentabilidade (...). Então, eu acho uma covardia tremenda com o povo brasileiro, em especial com o povo do Nordeste e do Norte do Brasil”, disse sobre um eventual aditamento na decisão sobre a Margem Equatorial.

“Quem tem fome, tem pressa. O Brasil é um país com muitas desigualdades”, declarou, ao repetir que os recursos do petróleo precisam financiar políticas sociais.
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Ele reforçou que o licenciamento para o bloco FZA-M-59, na Margem Equatorial, precisa ser feito só a partir do cumprimento de todos os requisitos técnicos necessários para a liberação. Em críticas ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o ministro avaliou que o órgão não está apontando o que está travando a tramitação do processo.
“Minha defesa é fazer a pesquisa, cumprindo todos os requisitos”, enfatizou, em entrevista à imprensa na 2ª Reunião de Energia do Brics.