BRASÍLIA – O Sindicato dos Bancários de Brasília (Bancários-DF) vai pedir ao Banco Central e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que rejeitem a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), controlado pelo governo do Distrito Federal. A informação foi adiantada ao Estadão/Broadcast pelo presidente da entidade, Eduardo Araújo.
A ideia é apresentar uma representação ao BC já nesta quarta-feira, se possível, para demarcar a posição. O sindicato também não descarta acionar o BRB por vias judiciais. No último sábado, 30, o Bancários-DF afirmou em nota que a compra do Banco Master poderia caracterizar uma possível gestão temerária da diretoria do BRB.

O BRB anunciou a compra de uma fatia do Banco Master na sexta-feira, 28. O negócio é estimado em cerca de R$ 2 bilhões. De acordo com as informações divulgadas pelo banco público, serão adquiridas 49% das ações ordinárias (com direito a voto) do Master e 100% das ações preferenciais (sem direito a voto). A compra ainda precisa ser autorizada pelo BC e pelo Cade.
Como mostrou o Estadão, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, prometeu aumentar o número de funcionários em 50% em cinco anos com a compra do Banco Master. Atualmente, o Banco de Brasília tem cerca de 3,5 mil empregados. Costa fez uma live com os funcionários do BRB na manhã desta segunda-feira, 31, em uma tentativa de tranquilizar os servidores e defender o negócio.
Ele ainda relacionou as críticas à operação que surgiram no mercado financeiro com a concorrência no mercado, sem citar nomes de outras empresas.
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“Quando a gente anuncia uma operação desse porte com tanta relevância, é natural que haja muito ruído de comunicação, que as pessoas omitam a opinião sem nem prestar atenção e entender a estrutura”, disse Costa aos funcionários. “Pela primeira vez, a gente também tem uma oposição muito forte de concorrentes que não querem que o BRB avance em mercados relevantes e em segmentos que a gente nunca teve participação.”
Ao falar de números, o presidente do BRB afirmou que o banco se tornará a nona maior instituição financeira do País em carteira de crédito com a operação. A instituição passará a cuidar de R$ 112 bilhões em ativos totais, sendo R$ 72 bilhões da carteira de crédito.
O capital do banco sairá de um patrimônio líquido de R$ 3 bilhões para R$ 10 bilhões com a compra do Master. Conforme o plano apresentado, os dois bancos vão continuar funcionando separadamente, e o que será unido inclui a gestão e a governança.