Após dois anos de forte crescimento, o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ônibus e caminhões fechou 2011 com alta de menos de 2% ante 2010, somando R$ 29 bilhões. Apesar da desaceleração, o segmento manteve uma fatia elevada no bilionário bolo de crédito do BNDES. Ficou com quase 21% do desembolso total de cerca de R$ 140 bilhões de 2011 - dado que será divulgado hoje. Em 2009, o BNDES emprestou R$ 15,63 bilhões para a compra de ônibus e caminhões, em meio à ação anticíclica do banco após o desencadeamento da crise mundial. Em 2010, esse volume quase dobrou, saltando para R$ 28,5 bilhões, nível que se manteve estável em 2011. Em entrevista ao Estado, o chefe do Departamento de Máquinas e Equipamentos do BNDES, Paulo Sodré, atribuiu a redução do ritmo ao reajuste, em março, das taxas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Elas subiram de 8% para 10% ao ano no PSI, programa pelo qual o banco financia bens de capital com subsídios do Tesouro Nacional.No programa Procaminhoneiro, para autônomos e pequenas empresas, a taxa que vinha sendo mantida em 4,5% desde o início do PSI, em 2009, foi elevada para 7,0%. Só o ônibus elétrico conta com 5,0%. "O crescimento foi pequeno, mas foi um bom resultado, tendo em vista o reajuste das taxas do PSI e o fato de que a economia cresceu muito mais em 2010 do que em 2011. Em 2012 é que esse desempenho pode ser menor", disse Sodré. A retração pode ser uma consequência da lei que restringiu a produção de veículos a diesel no Brasil aos de padrão Euro 5, menos poluentes, a partir deste ano. Esses caminhões são entre 10% e 15% mais caros que os do padrão anterior, o Euro 3.
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