Paulo Figueiredo Filho, o incorporador que terá a propriedade do hotel Trump a ser operado por sócios americanos, está no time dos críticos da presidente Dilma Rousseff. Ele também é neto de João Figueiredo, o último autocrata de uma ditadura militar que durou 21 anos e terminou em uma situação de caos econômico, em 1985. Embora seja somente um sócio empresarial de Trump para promover seu empreendimento, Figueiredo vai além de apenas defender um projeto. Ele diz que deseja limitar a influência do governo na economia (embora a Barra da Tijuca, bairro onde ele vive e está construindo o hotel, tenha sido beneficiados por enormes projetos de transporte público). Quando Figueiredo avô deixou o cargo, em 1985, ele observou que preferia o cheiro dos cavalos ao das pessoas. Quando indagado o que os brasileiros pensavam dele, o general quatro estrelas respondeu: "Quero que me esqueçam". Mas as frustrações com o governo do Brasil deram novo ímpeto para grupos de direita e alguns nos protestos contra o governo vêm abertamente pedindo o retorno dos militares, o que até recentemente era um tabu, politicamente. Figueiredo fala com orgulho sobre o avô e elogia Trump, uma figura que é alvo de críticas em todas as partes da América Latina. "Ele é um dos empresários mais reconhecidos no mundo e vamos nos beneficiar com a publicidade. Não acho que uma pessoa não irá se hospedar num hotel fantástico por causa das opiniões políticas de Trump."
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