Stuhlberger vê risco de ‘república das bananas’ com contestação de vitória apertada de Lula

Para investidor, uma pequena vantagem do petista sobre Jair Bolsonaro pode gerar questionamento sobre o resultado, o que é considerado um risco para o mercado

PUBLICIDADE

Publicidade
Foto do author Altamiro Silva Junior
Foto do author Karla Spotorno
Atualização:

Sócio da Verde Asset Management, o megainvestidor Luis Stuhlberger disse nesta quarta-feira, 3, que não sabe como embutir nos preços dos ativos o risco de Lula ganhar as eleições presidenciais com uma pequena vantagem em relação a Jair Bolsonaro, o que pode gerar contestação do resultado. “Seria um risco de Banana Republic (república das bananas)”, afirmou o gestor durante debate no evento Expert XP.

Stuhlberger afirma que Lula vai 'gastar mais' caso seja eleito Foto: Iara Morselli/Estadão

Por conta desse risco de uma eventual vitória por uma pequena diferença de votos, Stuhlberger, um dos maiores gestores de fundo multimercados no Brasil, afirmou que “não tem coragem” neste momento de montar posição em juros prefixados e dólar. ”Eu tenho medo desse cenário 51% a 49% (de eleição apertada), mas tenho posição na Bolsa”, disse ele, ressaltando que o Brasil é o melhor lugar para se estar, até porque “está todo mundo vendendo”.

Se Lula ganhar, os gastos públicos serão maiores, o que vai pressionar a inflação e a taxa de juros.”

Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset

Reformas pouco eficazes

O Brasil fez várias reformas no passado recente, micro e macroeconômicas, mas não conseguiu crescer e agora entrou em um período de populismo eleitoral, disse o gestor da Verde Asset. “Se Lula ganhar, os gastos públicos serão maiores, o que vai pressionar a inflação e a taxa de juros.”

O ativo que mais sofre quando o juro sobe é a Bolsa”, disse o gestor. Depois de ter feito reformas importantes, como a Previdência e a trabalhista, além de outras microeconômicas, “o Brasil infelizmente não cresceu”, ressaltou Stuhlberger.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.