Banco Inter pede que funcionários evitem cabelo sem corte, chulé, bolsas velhas e roupas amassadas

Cartilha compartilhada com funcionários viralizou nas redes sociais; empresa alegou que ‘respeita a individualidade dos colaboradores’ e que documento divulgado passou por revisão e alterações

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Foto do author Jayanne Rodrigues
Foto do author João Scheller
Atualização:

Telefone celular com capinha velha, acessórios sujos ou estragados, chulé e cabelo desarrumado. Esses são alguns dos itens listados pelo Banco Inter em cartilha compartilhada com funcionários que traz “dicas” de estilo e comportamento sugeridas durante o expediente. O documento, intitulado de “os inimigos da imagem”, reúne 14 normas para serem evitadas “a todo custo”.

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Entre os pedidos para serem deixados de lado no ambiente de trabalho, estão: lingerie marcando ou aparecendo, roupas com peeling (bolinhas) ou pelos de animais de estimação, acessórios sujos ou rasgados, unhas e sobrancelhas malcuidadas, maquiagem borrada ou excessiva, mau hálito, excesso de perfume ou mau odor.

Nas redes sociais, onde a cartilha viralizou, usuários criticaram o posicionamento da empresa.

A assessoria do banco informou, em nota, que o documento passou por revisão e sofreu alterações. A empresa disse ainda que respeita a individualidade dos colaboradores.

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Cartilha cita prejuízo a imagem de colaboradores

Na imagem divulgada pelos usuários, a cartilha afirma que, apesar de as recomendações não parecerem “nada demais”, não segui-las poderia “prejudicar (e muito)” a imagem dos colaboradores. Segundo a consultora de imagem e estilo Rebecca Aquino, ambientes corporativos mais tradicionais tendem a exigir dress code mais intencional. A consultora concorda com alguns pontos mencionados na cartilha, pois algumas vestimentas podem “gerar uma imagem de negligência”.

A maneira como o conteúdo foi montado, no entanto, é criticada pela profissional. A expressão “inimigos da imagem”, por exemplo, poderia ter sido substituída por “pontos que não favorecem uma imagem assertiva”, sugere Aquino.

A consultora questiona se alguns dos pedidos listados vão se estender para todas as pessoas, como “unhas e sobrancelhas malcuidadas”. Sobre essa questão, ela alerta que “dentro das empresas existe uma pressão estética muito maior para as mulheres do que para os homens”. “Então, se eles generalizam para todos, tudo bem. Mas se for apenas para as mulheres, o que seria uma unha malcuidada?”, diz.

Segundo ela, é “delicado quando cobram estética corporal: unha, cabelo, mau hálito”. “São pontos muitos invasivos. Tem que saber exatamente o que é dito sobre imagem”, afirma Aquino. “Direcionar vestimentas, tudo bem. Mas trazer outros elementos não considero interessante.”

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