Pedir demissão por raiva é uma coisa. Mas um CEO introduziu uma nova abordagem ao conceito: demitir por raiva. Baldvin Oddson, CEO de uma loja online de instrumentos musicais sediada em Wyoming, nos EUA, chamada Musicians Club, demitiu 90% de sua equipe — 99 de 110 funcionários e freelancers — por mensagem do Slack (plataforma de trabalho que transmite mensagens instantaneamente) por faltar a apenas uma reunião matinal às 8h30 da manhã de sexta-feira, dia 15 de novembro.
Um ex-funcionário detalhou o evento em uma postagem agora excluída no fórum “mildlyinfuriating”, do Reddit. “Entrei para um estágio e, uma hora depois, toda a equipe foi demitida”, escreveu o usuário original.
‘Saiam da minha empresa’
“Para aqueles que não compareceram à reunião esta manhã, considerem este seu aviso oficial: todos vocês estão demitidos”, escreveu Oddson no Slack para toda a equipe. “Vocês não fizeram o que concordaram, não cumpriram sua parte do contrato e não compareceram às reuniões que deveriam comparecer para trabalhar.”
Oddson então instruiu o grupo, que trabalha remotamente, a sair de todas as contas, devolver qualquer propriedade da empresa e considerar todos os contratos encerrados.
“Eu dei a vocês uma oportunidade de melhorar suas vidas, trabalhar duro e crescer. No entanto, vocês me mostraram que não levam isso a sério”, ele continuou. “Das 110 pessoas, apenas 11 estavam presentes esta manhã. Essas 11 podem ficar. O resto de vocês está demitido. Saiam da minha empresa agora mesmo.”
Muitos funcionários demitidos do Musicians Club eram trabalhadores remotos de meio período não remunerados - os empregos são direcionados a estudantes de música clássica que buscam experiência de trabalho. Uma lista de empregos do início deste ano para uma função de gerente de operações não remunerada na empresa recebeu 51 candidatos.
A listagem dizia que o trabalho forneceria “conhecimento profundo das operações de comércio eletrônico em um mercado competitivo”, “experiência prática em gerenciar e otimizar plataformas de vendas online” e um “alto potencial para conversão paga em tempo integral em 2025″.
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“Demitir essas pessoas foi a decisão certa”
O Musicians Club é essencialmente uma startup enxuta, escreveu o ex-estagiário no Reddit, acrescentando que a empresa de Oddson “depende de estagiários remotos” dispostos a trabalhar de graça.
Evidentemente, Oddson recebeu pelo que pagou - trabalhadores que são essencialmente voluntários provavelmente não se mantêm nos mesmos padrões daqueles com salário e benefícios.
“Internamente, todos ficaram agitados”, escreveu o estagiário. “Havia alguns funcionários que trabalharam com o CEO literalmente por anos e não foram avisados sobre algo assim. Um grande problema era que, como todos os trabalhadores não eram remunerados e eram remotos, todos tinham horários diferentes, então, aparentemente, era difícil definir um horário específico para comparecimento, que era o que deixava o CEO tão bravo.”
De sua parte, Oddson postou sobre o evento no LinkedIn sem vergonha nem desculpas na semana passada. Seu perfil na plataforma mostra que ele fundou o Musicians Club em 2022 e também dá aulas de trompete na prestigiosa Juilliard School, em Nova York.
“Embora alguns tenham tentado me ‘cancelar’, saiu completamente pela culatra”, escreveu Oddson. “Nosso tráfego aumentou para mais de 20 mil visualizações, as vendas estão em alta e estamos recebendo centenas de inscrições diariamente.”
“Eu mantenho minhas decisões e os valores que defendemos”, ele continuou. “Demitir essas pessoas foi a decisão certa para nossa organização e estamos mais fortes do que nunca.” Oddson não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da Fortune.
Mesmo assim, a foto do perfil de Oddson no LinkedIn é emoldurada pelo onipresente banner roxo #HIRING (”contratando”, em português).
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