Você quer uma vaga de emprego no Chile, mas não sabe por onde começar? O país tem oportunidades para estrangeiros em diversos setores. O Chile abriga mais de 19 mil brasileiros. O salário mínimo é quase o dobro do valor pago no Brasil, cerca de R$ 2.534 (460 mil pesos chilenos). No entanto, o custo de vida também é alto, não tem 13º salário e a previdência é controversa (veja o que brasileiros dizem sobre trabalhar e viver no Chile).
Em contrapartida, a presença de multinacionais no país, como Coca-cola, Unilever e Google, atrai profissionais qualificados de várias nacionalidades. A legislação chilena permite que 25% do quadro de funcionários de empresas com mais de 25 empregados seja composto por estrangeiros, incluindo brasileiros.
A maioria das vagas está concentrada em Santiago, capital do Chile. Segundo especialistas, o LinkedIn é uma das principais portas de entradas para profissionais serem notados por recrutadores para vagas no país estrangeiro, principalmente aqueles que ainda não possuem uma rede de contato.
Saiba como montar o perfil ideal no LinkedIn
Diferenciar-se entre milhões de concorrentes em uma das principais plataformas de emprego do mundo não é tarefa fácil. Apesar do desafio, é possível criar um perfil bem direcionado e estruturado para chamar atenção de recrutradores.
O primeiro passo é entender quais são as competências e habilidades exigidas para a vaga desejada.
Após essa etapa, é importante fazer uma pesquisa sobre a cultura do país, da região e da empresa. Fazer um planejamento financeiro também se torna indispensável, pois deve ser levado em consideração o custo de vida e os gastos de uma mudança repentina.
“Se você está concorrendo a uma vaga em outro país, tem que construir o perfil com base no idioma do local”, afirma Márcia Mendes, especialista em LinkedIn. Mas não é necessário criar mais de um perfil, basta diversificar os idiomas em uma única conta.
“O Linkedin vai mostrar quem é você para as pessoas, quem é você como profissional, além de um currículo online”, diz a especialista, acrescentando que um perfil bem estruturado precisa ter todos esses ajustes:
- URL simples: evite ter vários números e símbolos na URL disponível no seu perfil da plataforma. Um endereço organizado facilita as buscas e as chances de ser encontrado por um recrutador. Veja aqui como fazer isso.
- Foto profissional: cada rede social tem um objetivo. O LinkedIn tem o foco de conectar redes de contato e possibilitar oportunidades de emprego e negócio. Por isso, é importante ter uma foto no perfil que transpareça seriedade e seja visível.
- Nome e sobrenome: o ideal é fazer uma escolha estratégica. Por exemplo, se o seu nome é comum, opte por escolher o sobrenome mais forte para o diferenciar das pessoas com identificações semelhantes.
- Preencha os itens do perfil: As abas ‘sobre’, ‘competências’, ‘cursos’, são importantes para que o recrutador tenha um panorama da sua trajetória profissional e não precise gastar muito tempo para verificar se você tem - ou não - as habilidades exigidas para a vaga. Na parte ‘sobre’, em especial, escreva em primeira pessoa, com um breve relato a respeito da formação, anos no mercado, área e competências. Na aba de experiências profissionais adicione palavras-chave.
- Não seja um fantasma: ter um perfil estruturado não é o suficiente para ser notado. Interaja em assuntos com os quais se identifique (sem ser invasivo), crie uma periodicidade de publicação. Se não tem ideias, comece por tendências de mercado, área de atuação, dicas do que está fazendo para concorrer a uma vaga no exterior, por exemplo.
“Após montar um perfil estruturado, prepare-se para a entrevista. Mostre que tem interesse pela cultura do país e da empresa, demonstre que conhece o mercado”, orienta Márcia Mendes.
Se você já está em uma empresa multinacional que possibilita fazer essa transição internamente, formalize o desejo de mudar e desenvolva algum diferencial que o faça ser necessário na empresa estrangeira.
No caso da administradora Karen Viana, 34, as softs skills foram essenciais. “Eu tinha o perfil de liderança de que precisavam para a posição no Chile”, afirma. Conheça mais detalhes da história da profissional.
Estar disposto a recomeçar também é um desafio. “É uma nova cultura, um novo idioma, uma nova rede de amigos e de rotina e uma fase de se provar como profissional”, conta Viana.
Trabalhar fora
Sites com vagas de emprego
Indeed: Comunidade de empregos no Chile. No site, é possível pesquisar por pretensão salarial, formato de emprego (contrato, meio período, tempo indefinido), região, empresa e idioma. Santiago é a região com mais vagas (24.389), seguida por Pudahel (3.176), Las Condes (3.142), Antofagasta (2.571) e Lampa (2.080). Confira o número de oportunidades em outras localidades:
- San Bernardo (1.977)
- Concepción (1.324)
- Puerto Montt (1.160)
- Iquique (1.011)
- Vinã del Mar (813)
- Colina (755)
- Copiapó (698)
- Valparaíso (687)
- Providencia (661)
Bolsa nacional de empleo: O site traz estatísticas de emprego no Chile e dispõe de um filtro para que o candidato mapeie o número de vagas disponíveis para imigrantes. No final de setembro, o site tinha mais de 46 mil ofertas de emprego. Dessas, 174 eram direcionadas para estrangeiros. Veja algumas vagas:
- Chefe de contabilidade
- Engenheiro(a) Civil
- Engenheiro(a) elétrico
- Enfermeiro(a) com especialização em UTI
- Médico(a) psiquiátrico
- Veterinário(a)
Trabajando: Plataforma de busca de empregos com ofertas em algumas regiões do Chile. Até o momento da publicação desta reportagem, a página oferecia mais de 15 mil vagas, com salário líquido mensal a partir de 100 mil pesos (R$ 558) até 3,5 milhões (R$ 19.530).
As profissões com maior remuneração na plataforma:
- Arquiteto especialista em TI, cirurgião, engenheiro de computação especialista em FinOps e com inglês avançado, diretor comercial bilíngue, chefe de RH, psiquiatra, vendedor técnico de mineração, subgerente de administração e finanças, engenheiro agrônomo, gerente de obras ferroviárias, especialista em logística terrestre, gerente de marketing.
Dirección del trabajo: site público com informações sobre as relações trabalhistas no país para estrangeiros, como situação previdenciária, visto de residência, jornada de trabalho, contratos, teletrabalho e estatutos. Clique aqui para acessar.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.