Trabalhadores estão desistindo de cargos de liderança para ter mais qualidade de vida e menos estresse, mesmo com salários menores.
“São executivos já chancelados, já tiveram uma série de realizações pessoais e profissionais, mas estão se questionando”, afirma Bárbara Nogueira, diretora, consultora de carreiras e Headhunter na Prime Talent Executive Search, empresa de seleção de executivos.
Se você também quer dar uma guinada na sua carreira, confira as principais dicas para lideranças que desejam deixar seus empregos e migrar para cargos que exigem menos responsabilidade:
1. Conheça seus próprios desejos
Muitos líderes insatisfeitos com o próprio estilo de vida pensam que a solução é simplesmente pedir demissão.
Mas não é bem assim. Antes de tomar qualquer decisão, é indispensável repensar a carreira e a vida pessoal. É recomendado que esse planejamento seja guiado por profissionais.
Em paralelo, é possível listar alguns questionamentos que podem ajudar na etapa de descoberta. Por exemplo, do que gosta e o que ainda está disposto(a) a fazer.
“Quais são os seus desejos? Além de todas as questões que você não topa”, orienta Bárbara Nogueira. Isso será importante para traçar um novo plano de carreira.
No caso de executivos em posições de altíssimo nível, a maioria deles realizam uma transição planejada no mercado sem ter um comprometimento financeiro, pois são capazes de obter uma remuneração tão boa quanto a antiga por causa da trajetória sólida.
Para cargos intermediários de liderança e outros profissionais, muitos não conseguem se realocar no mercado com o salário que recebiam. Então, é importante avaliar se alguém depende financeiramente dele e se há uma reserva financeira para manter o padrão de vida.
2. Decida o que fazer da sua carreira
Após finalizar o processo de autoconhecimento, o ideal é evitar delegar para o outro (empresa, cliente) o gerenciamento da sua carreira. Segundo a consultora, é neste momento que o trabalhador deve tomar as rédeas para o planejamento não virar uma bagunça.
“No nível executivo, você faz a gestão da sua agenda, e esse é o principal gargalo. Decidiu sair? Ok. Por isso, o movimento de autogestão é primordial, senão você não vai a lugar algum.”
Você terá menos responsabilidades, menos carga de trabalho e o aumento do tempo livre, mas a renda mensal também diminui.
“Você se planejou para isso tudo? Você se planejou para estar à toa, e vai fazer o que com esse tempo livre?”, questiona Nogueira.
3. Organize o seu tempo livre
O tempo ocioso pode se transformar em um problema e até gerar adoecimento mental caso não seja bem administrado.
“Você pode fazer um trabalho voluntário, atividades que te dão prazer, bem-estar. Você pode fazer atividade física, dar aula até de forma voluntária e se dedicar a hobbies para os quais não tinha tempo”, sugere a consultora.
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