Pesquisadora da felicidade indica 5 hábitos para ser mais feliz no trabalho; veja quais são

Juliana Sawaia afirma que geração Z e millennials precisam de propósito para serem felizes no trabalho

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Foto do author Geovanna  Hora

Se alguém quer aprender a tocar um instrumento, precisa fazer aulas e praticar. Se a meta é fortalecer os músculos, é fundamental se exercitar com regularidade. Para quem quer ser mais feliz - no trabalho e na vida - a lógica é a mesma: é necessário estimular o cérebro.

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Juliana Sawaia, cientista de dados e pesquisadora sobre felicidade no trabalho, explica que a felicidade é um sentimento construído e influenciado por fatores internos e externos. No trabalho, ela passa por motivos como engajamento, paixão e satisfação com o ambiente e a função exercida.

“Não dá para definir se alguém é feliz ou não como se fosse uma pergunta de sim ou não. É uma questão que engloba inúmeros elementos que variam de tempos em tempos para cada profissional”, explica.

Felicidade é uma habilidade que pode ser exercitada.  Foto: Jacob Lund - stock.adobe.com

O estudo State of the Global Workplace de 2024 (Estado do Local de Trabalho Global, na tradução do inglês), feito pela consultoria Gallup, mostrou que os brasileiros têm experimentado emoções negativas no trabalho: 46% admitem estar estressados, 25% estão tristes e 18% sentem raiva.

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Os dados colocaram o Brasil em quarto lugar entre os países com os trabalhadores mais tristes da América Latina.

Juliana diz que os líderes têm um papel importante para contornar esse cenário. Identificar os pontos positivos e negativos da equipe e promover ações para encorajar e motivar o time estão entre as ações que fazem parte de uma liderança transformadora.

“O profissional precisa ter segurança psicológica, ou seja, sentir que não será punido se desafiar opiniões. Ele será mais produtivo - e naturalmente mais feliz - se tiver espaço para propor ideias e receber feedback”, completa a pesquisadora.

Geração Z e millennials precisam de propósito para serem felizes

Não existe fórmula mágica que possa agradar a todos e transformar os trabalhadores em pessoas mais felizes. As exigências mudam bastante de um ser humano para o outro, mas Juliana afirma que há um padrão entre membros da geração Z e millennials: eles precisam enxergar um propósito no emprego.

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“São jovens que precisam entender o impacto social positivo que a sua função tem, não só para o futuro da sua carreira ou da organização, mas para o mundo como um todo. Eles buscam um propósito de vida”, explica.

Ela também destaca que ser feliz se torna um desafio para essas gerações se elas percebem que a empresa tem um discurso na teoria, mas age diferente na prática. Os dois grupos também costumam considerar fatores como flexibilidade e autonomia essenciais para o bem-estar.

A pesquisadora diz que as empresas têm buscado promover a segurança psicológica, mas que ainda há um buraco entre o que é proposto por programas corporativos e o que acontece no dia a dia.

“As instituições perceberam que profissionais mais felizes têm uma relação totalmente diferente com o trabalho, o que interfere diretamente nos resultados e na forma como essas pessoas vão conseguir contribuir para o sucesso do negócio”, avalia.

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5 hábitos para ser mais feliz no trabalho

A verdade é que não existe um passo a passo para ser mais feliz, mas, como uma habilidade, a felicidade pode ser construída no dia a dia. Juliana destaca que além das responsabilidades das organizações, o profissional também precisa ter a intencionalidade para encontrar o bem-estar.

“A felicidade é um alvo que muda muito. Talvez o que o faça feliz hoje, não vá causar o mesmo sentimento amanhã e vice-versa. O ponto é entender no dia a dia como você pode ser um pouco mais feliz”, comenta.

Para quem quer exercitar a felicidade no trabalho, a pesquisadora indica 5 hábitos:

1) Encontre as suas motivações

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Para começar, você precisa entender as suas motivações. Responder a três perguntas pode ajudar a iluminar o caminho:

  • Por que você escolheu essa profissão?
  • Por que você está no seu cargo?
  • Por que você está nessa empresa?

Juliana afirma que ter consciência sobre as suas escolhas e como elas moldam o seu trabalho ajuda a entender o que o faz feliz.

2) Celebre os pequenos progressos

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Outro hábito que pode ser incluído na rotina é celebrar os pequenos progressos. Ter metas a longo prazo é essencial, mas se você olhar apenas para a linha de chegada, pode não reconhecer os avanços feitos diariamente e ficar desmotivado.

“Monitorar a sua performance ajuda a ver o que pode ser melhorado e também a enxergar as conquistas. A pessoa não pode deixar para ser feliz só quando ganhar o prêmio, ela precisa treinar o cérebro para reconhecer o agora”, destaca a pesquisadora.

3) Tenha uma rede de apoio no trabalho

O Estudo sobre o Desenvolvimento Adulto, pesquisa sobre felicidade humana realizada por pesquisadores de Harvard desde 1938, apontou que as pessoas que têm relacionamentos mais calorosos são mais felizes.

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Juliana diz que as conexões não são importantes apenas na vida pessoal: para ser feliz no trabalho, é preciso cultivar a relação com os colegas.

Na maioria das vezes, essas pessoas passam oito horas por dia ao seu lado. Investir em um ambiente saudável e formar uma rede de apoio é crucial para ser mais feliz.

4) Encontre o equilíbrio

A quarta dica pode parecer batida, mas é fundamental. Na correria do dia a dia, é comum que muitos profissionais fiquem tão presos ao trabalho que não achem tempo para dar uma pausa, o que é prejudicial não só para a saúde física, como também para a emocional.

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A pesquisadora explica que as pessoas precisam incorporar práticas de bem-estar que as deixem felizes na rotina. “Você precisa encontrar um espaço para aquilo que é importante para você. Para ser feliz no trabalho, é preciso ser feliz fora dele”, comenta.

5) Encontre algo novo para aprender

Aprender algo novo vai muito além do cargo ou função que você ocupa ou quer ocupar. O caminho aqui é pensar em habilidades que você tem curiosidade de conhecer e gostaria de desenvolver. Isso ajuda a manter o engajamento nas tarefas.

“Descobrir novos desafios faz com que o profissional fique motivado e se sinta desafiado. Isso traz um senso de realização que contribui para a felicidade”, conclui Juliana.

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