Gerdau, Itaú, Vale, Linkedin e Magalu lançam movimento para desenvolver profissionais negros

A iniciativa #CarreirasComFuturo inclui também iFood e Nubank e tem o objetivo de disseminar políticas de diversidade e inclusão no mercado

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Foto do author Bruna Klingspiegel
Atualização:

Mesmo com o sucesso das políticas de cota nas universidades e o aumento das ações afirmativas nas empresas, o acesso e a retenção de profissionais pretos e pardos no mercado de trabalho ainda é um desafio. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 9,5 milhões de desempregados registrados no 3º trimestre de 2022, mais de 6,1 milhões (64,9%) eram pretos/pardos.

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Áreas exclusivas de diversidade e inclusão, com orçamento próprio e políticas a longo prazo, são cada vez mais comuns no mundo corporativo e pretendem impulsionar o acesso ao mercado de trabalho e o desenvolvimento de carreira desses profissionais de grupos minorizados.

Para levar às empresas mais informações sobre o tema, apoiar e aprimorar projetos internos, sete das maiores empregadoras do País - Gerdau, iFood, Itaú Unibanco, LinkedIn, Magalu, Nubank e Vale - lançaram o movimento #CarreirasComFuturo.

Para buscar um movimento eficiente de atração e retenção, as empresas vão realizar uma série de eventos para discutir as melhores práticas, compartilhar erros e acertos e debater quais são os melhores caminhos para criar um ambiente de trabalho diverso, acolhedor e justo. O primeiro evento acontecerá no dia 10 de maio na sede do LinkedIn, em São Paulo (para participar, acesse o site).

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O objetivo do movimento é ajudar as empresas a criarem um ambiente seguro para essa população e estimular um efeito cascata, transformando suas políticas de diversidade em ações concretas, explica Suelen Marcolino, Gerente de Diversidade, Inclusão e Pertencimento do Linkedin na América Latina, Europa, África e Ásia.

Suelen Marcolino Foto: Werther Santana/Estadão

Além da iniciativa, uma pesquisa feita pela consultoria de engajamento Santo Caos em parceria com o LinkedIn, sobre o desenvolvimento de carreira de pessoas negras, foi realizada para analisar a realidade do mercado e buscar quais são os maiores desafios nesse processo. Os resultados apresentam desafios que vão além da inserção desses profissionais no mercado de trabalho.

A falta de pertencimento é um dos destaques. O relatório mostrou que 55% dos profissionais negros disseram já terem deixado de se candidatar para uma posição mais alta ou para uma vaga por acharem que não seriam bem recebidos naquele ambiente ou que não seriam considerados para a posição. Além disso, 47% dos entrevistados negros afirmaram ter sofrido discriminação no trabalho, seja por colegas, liderança ou clientes.

A pesquisa online, feita com 1.567 profissionais negros de todo o Brasil, também destacou quais as políticas de retenção os profissionais acreditam serem as ideais para diminuir o preconceito no ambiente de trabalho e impulsionarem suas carreiras. Na lista estão: a revisão de critérios de contratação e promoção (32%), capacitação e treinamento da liderança (31%), recrutamento afirmativo (25%) e programas de mentoria (20%).

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Suelen explica que a partir desses dados as empresas podem refletir o seu próprio ambiente, entender o que está dando errado dentro de casa e ouvir o que os próprios entrevistados trouxeram. “Quando eu entendo o que acontece aqui dentro, eu consigo também provocar um efeito cascata na estrutura e extrapolar isso para as companhias.”

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