Os 5 motivos que fazem você ficar até tarde no trabalho; saiba como se livrar deles

Segundo especialista, há uma infinidade de tarefas que são perdas de tempo no trabalho; saiba como identificá-las

Foto do author Jayanne Rodrigues

Em algum momento da sua carreira, você já se sentiu preso a tarefas intermináveis e considerou ser impossível sair no horário? Para muitos, evitar horas extras parece um sonho distante por causa das altas demandas no trabalho.

Segundo Renata Rivetti, especialista em felicidade corporativa e liderança positiva, isso acontece porque há uma ilusão de que ser multitarefa significa ter produtividade, além de existir uma cultura de valorização de profissionais com traços workaholic.

Estar ocupado o tempo todo não é sinônimo de produtividade, alerta a especialista.

Às vezes, a pessoa passa longas horas trabalhando, mas sem focar no que realmente importa.

Renata Rivetti, especialista em felicidade corporativa e liderança positiva

Veja abaixo os principais pontos de alerta:

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1. Você calcula produtividade pelas horas trabalhadas

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Muitas pessoas ainda medem produtividade com base no tempo dedicado ao trabalho e não nos resultados obtidos, avalia a especialista, acrescentando que o comportamento contribui para a falta de concentração, desgaste físico e mental.

Na prática, a pessoa não consegue distinguir quais atividades trazem real entrega de valor. Consequentemente, trabalha por longas horas sem qualquer nível de prioridade nas tarefas.

Existem altas lideranças falando: ‘aqui tem que trabalhar 80 horas’. O que eles acham que é bom, no final é algo superimprodutivo. Não é sustentável no longo prazo, nosso cérebro não dá conta, não tem cognição.

Renata Rivetti

2. Sempre acha que está devendo algo no trabalho

A sensação constante de que nunca fez o suficiente no trabalho também é um sinal de alerta. Isso porque, o profissional se sente frustrado ao não conseguir concluir todas as atividades da lista de tarefas.

Segundo Rivetti, esse comportamento afeta diretamente a autoestima e gera culpa. Consequentemente, o problema acarreta uma questão comum: a ansiedade.

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3. Está sempre conectado

Achar que está sempre em dívida com as demandas profissionais faz com que a pessoa permaneça constantemente conectada. Para aliviar a culpa, é comum que muitos profissionais sintam a necessidade de responder a mensagens e e-mails fora do expediente, até mesmo aos finais de semana.

No modelo híbrido ou remoto, a necessidade de estar sempre online é ainda maior, pois há um receio de parecer improdutivo, observa a especialista.

A partir dai, vem o sentimento de culpa ao tirar pequenas pausas ou férias.

Ter trabalho em excesso e sem foco não é produtivo, diz especialista. Foto: Rudzhan/Adobe Stock

4. Sente culpa ao descansar

“A pessoa sente culpa ao se desconectar e acredita que descansar significa perder tempo ou ser menos comprometido”, afirma.

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Renata Rivetti alerta que a falta de descanso pode gerar episódios de adoecimento, como burnout e ansiedade, já que o corpo não consegue se recuperar da rotina exaustiva.

No dia a dia, a ausência de momentos de desconexão tende a reduzir a capacidade de concentração e tomada de decisões no trabalho.

5. O seu senso de realização é deturpado

Outro sinal menos visível, mas que também merece atenção é o senso de realização. O trabalho deixa de ser algo motivador e passa a ser um fardo.

Não é uma culpa individual. Tem muito a ver com o que a sociedade e as empresas constroem como cultura, os modelos que ainda seguimos achando que só é possível falar de resultados e performance, ou de saúde mental e bem-estar.

Renata Rivetti

Como identificar esses sinais?

Se você costuma estender o expediente com frequência, comece a registrar tudo o que faz durante a jornada de trabalho. Ao longo de oito horas, analise suas tarefas, veja como sua semana está distribuída e reflita sobre o uso do seu tempo.

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É provável que a pessoa identifique que teve muitas reuniões, inúmeras tentativas de ser multitarefa e fazer tudo ao mesmo tempo, além de gatilhos externos que também tiram a atenção. Às vezes ficou em seis reuniões improdutivas e fez pouca coisa relevante.

Renata Rivetti

Em seguida, liste quais atividades são produtivas e elimine desperdícios de tempo, como reuniões desnecessárias e excesso de mensagens.

Durante o processo, vale fazer as seguintes perguntas:

  1. Consigo equilibrar a vida pessoal e profissional?
  2. Tenho dificuldade para descansar ou me desligar, mesmo em momentos de lazer?
  3. Estou frequentemente ansioso, estressado ou insatisfeito com o trabalho?

Ao perceber o excesso de trabalho, tente adotar algumas estratégias. Se você é chefe, redesenhe reuniões com pautas objetivas e poucos participantes, busque melhorar a comunicação assíncrona (mensagem que pode ser lida em outro momento, como um e-mail, em vez de conversa por WhatsApp).

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Mas, se você não é chefe, estimule conversas com a sua liderança direta para reorganizar o tempo da equipe.

Outra dica importante é definir prioridades claras, classificando tarefas por impacto e urgência.

É importante avaliar o que realmente tem impacto, o que pode ser adiado para o dia seguinte, o que é urgente e o que pode ser delegado. Caso contrário, o sentimento de ter uma lista de 200 tarefas pode deixar a autoestima abalada no final do dia, a pessoa não consegue descansar.

Renata Rivetti

Em relação à saúde dos negócios, a especialista alerta que empresas que incentivam uma cultura workaholic correm maior risco de enfrentar mais afastamentos por questões de saúde mental, queda na produtividade, já que funcionários “exaustos e ansiosos não conseguem manter um bom desempenho a longo prazo”.

Além disso, essas empresas também têm de lidar com maior rotatividade, baixa inovação e falta de engajamento nas equipes.

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