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Trabalho no Japão: saiba como procurar vagas de emprego, com dicas de especialistas

Inglês fluente é obrigatório para vagas sênior, mas algumas empresas também pedem domínio do japonês; veja oportunidades para trabalhar

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Foto do author Jayanne Rodrigues
Atualização:

No ranking das nações com maior índice de envelhecimento populacional, o Japão alcançou o recorde de 29,1% da parcela de pessoas com idade a partir de 65 anos, sendo a maior do mundo. A proporção de japoneses com mais de 80 anos é de 10%. Diante deste desafio demográfico, o país asiático aumentou os esforços para atrair mais estrangeiros, incluindo brasileiros. Saiba como se preparar para se candidatar a uma vaga de emprego na “Terra do Sol Nascente” (leia aqui o que brasileiros que moram e trabalham no Japão dizem sobre suas vidas lá).

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Antes de disparar o currículo, é importante estudar a cultura local de determinada região do Japão, orienta Ana Chauvet, headhunter e especialista em recolocação profissional. Idioma e conhecimento prévio da cidade se tornam um diferencial na hora de disputar uma vaga.

Ter o inglês na ponta da língua é um bom começo, porém algumas empresas buscam quem fale japonês, diz a especialista. É importante verificar se a empresa que está buscando exige o domínio do idioma japonês.

Profissionais com experiência internacional também ganham um ponto a mais em processos seletivos. “A pessoa já é vista com um outro olhar”, destaca Chauvet.

Habilidades comportamentais valorizadas por empresas estrangeiras

  • Adaptabilidade social e cultural
  • Flexibilidade
  • Domínio do idioma
  • Criatividade e capacidade de inovar na resolução de problemas

Durante a preparação do currículo, evite simplesmente traduzir o documento do português para o idioma da vaga que está concorrendo, alerta Ana Chauvet.

“Cada país tem a sua característica em relação ao currículo. Essa dinâmica de pegar o currículo em português e traduzir no Google tradutor prejudica muito porque você está fazendo uma tradução, não uma adaptação para o país no qual deseja se candidatar.”

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Trabalho no Japão: Embora a moeda japonesa esteja desvalorizada, país ainda atrai profissionais estrangeiros por qualidade de vida e segurança.  Foto: f11photo/stock.adobe.com

Entre os profissionais mais requisitados, a estimativa é de que a área de tecnologia da informação seja a mais demandada, conforme análise de Octavio Pott, especialista em recrutamento de mão de obra estrangeira.

Programadores, analistas de dados, técnicos de help desk e gerentes de TI são os cargos em evidência no mercado. No setor de saúde, enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem entram na lista de profissionais mais procurados.

Segundo Octavio Pott, a carreira internacional não é o único motivo que leva brasileiros a migrarem para outros países.

“Profissionais falam da segurança que o país oferece. É claro que muitos vão por novos conhecimentos, curiosidade, mas, principalmente por segurança e qualidade de vida. Muitos médicos que tenho recrutado estão decidindo seguir a carreira no exterior mesmo ganhando menos, mas sabendo que vão poder dar uma educação melhor para os filhos”, exemplifica.

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É nesse ponto que o Japão começa a atrair mais brasileiros. Com a moeda japonesa enfraquecida, o dinheiro não se torna o principal atributo. Sensação de segurança e estilo de vida passam a ser as principais razões para a migração.

No entanto, não é todo mundo que consegue uma vaga. Apesar da escassez de mão de obra, o país asiático ainda possui fortes restrições para a entrada de estrangeiros, principalmente os não descendentes de japoneses.

“O Japão, ao mesmo tempo em que não tem barreiras muito ideológicas com relação àqueles que vêm de fora, tem uma certa restrição. Descendentes de pelo menos até a terceira geração têm mais facilidade para trabalhar no país”, afirma Octavio Pott.

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Pré-requisitos

  • Se o objetivo do profissional é apenas estudar, o ideal é o visto de estudante, com validade de 1 a 3 anos e possibilidade de renovação
  • Descendentes de japoneses até a 4ª geração, bisnetos de japoneses, são aptos a emitir esse tipo de visto. Geralmente, são os grupos com mais chances de conseguir autorização de trabalho
  • Brasileiros que se casam com japoneses conseguem um visto de cônjuge
  • Conseguir o visto de trabalho exige ter um emprego garantido no Japão antes mesmo de embarcar. Nesse caso, a empresa que contratou o funcionário brasileiro é responsável pelo Certificado de Elegibilidade, documento emitido por meio do Departamento de Imigração do Japão que verifica se o estrangeiro está habilitado a morar no país. A duração é de 1 a 3 anos

Onde encontrar vagas?

Além de mapear vagas no LinkedIn, existem alguns sites de empregos que ofertam vagas para brasileiros em diferentes regiões do Japão.

1. Gaijipont é um site especializado para estrangeiros. Na plataforma, também há informações sobre moradia e estudo no país. Áreas com ofertas na página quando esta reportagem foi concluída:

  • Contabilidade, RH, jurídico
  • Vendas e marketing
  • Publicidade e relações públicas
  • Jornalismo e designer
  • Profissionais de TI
  • Engenharias e arquitetura (elétrica, mecânica, civil)
  • Área de educação (professor de inglês, docentes para o infantil)
  • Tradução (tradutores, revisores de textos)
  • Logística e transporte
  • Comerciante, supervisor e gerente de loja
  • Hotelaria (garçom, chef, agente de viagens, guia turístico)
  • Saúde (médico, dentista, farmacêutico, cuidador)
  • Trabalho doméstico (babá, governanta)

2. Para profissionais com mestrado ou doutorado e deseja atuar na academia, o site JREC-In é o indicado. Até o momento da publicação desta reportagem, mais de 4 mil vagas estavam disponíveis na página. Ciência da vida, ambiente, nanotecnologia, energia, tecnologia de manufatura, humanidades e ciências naturais são as principais áreas de estudo.

3. Brasileiros com inglês e japonês avançado podem se candidatar a vagas no Daijob, site que oferta oportunidades não só para estrangeiros, como também para nativos. No total, a plataforma oferecia mais de 10 mil vagas abertas.

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