Ela é VP de farmacêutica e bomba no Instagram; como executivos devem se portar nas redes sociais?

Executivos estão apostando no Instagram e Tiktok, mas nem todos estão dispostos a se expor. Veja o caso de Karla Felmanas, vice-presidente da Cimed que conquistou mais de 1 milhão de seguidores

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Por Amanda Botelho
Atualização:

Karla Marques Felmanas é vice-presidente do grupo Cimed, uma das maiores farmacêuticas do País. Faz sucesso no Instagram, com quase 1 milhão de seguidores, e no TikTok, com mais de 400 mil, postando tanto sua vida pessoal quanto profissional.

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Quais são os limites para um líder se expor publicamente? Em tempos de influenciadores digitais, executivos estão cada vez mais dispostos a se aventurar nesse universo, apostando no Instagram e TikTok. Profissionais do alto escalão buscam o equilíbrio entre a humanização e o profissionalismo nas redes sociais. A produção de conteúdo agora divide espaço com reuniões e outras funções presentes na rotina de um líder.

A professora e coordenadora da pós-graduação de Mídias Sociais da Unicarioca, Thais Vieira, explica que os consumidores buscam empresas que tenham a ver com seus próprios valores, e lideranças digitalmente ativas fortalecem essa confiança. “É uma mudança de comportamento do mercado”, diz.

O comportamento dos gestores nas mídias varia. As características pessoais e o perfil da empresa são fatores que podem influenciar. Alguns optam por manter uma postura exclusivamente profissional, com publicações pautadas no ramo de atuação. Outros ficam confortáveis para compartilhar o dia a dia e humanizar sua imagem.

Para Bianca Venturotti, diretora de Marketing da Boca Rosa Company, a questão vai além de se privar ou limitar sua personalidade: trata-se de bom senso e gosto pessoal.

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Entender o que você está planejando, como quer adquirir seu público e o que quer transmitir. “Uma coisa não invalida a outra, você ter a sua vida pessoal e o seu trabalho. Se você sabe equilibrar isso, não tem que se privar. A individualidade das pessoas é muito válida”, afirma Bianca.

O caso de Karla Felmanas, da Cimed

“Oi, tchurma!”, é o bordão que Karla Felmanas usa para falar com seus seguidores. Além do Instagram, Executiva, empreendedora e mãe de três, é assim que ela se descreve na bio das redes. Ela abriu suas redes sociais ao público após ser eleita “Mulher de Sucesso” pela revista Forbes.

A iniciativa veio por conselho de uma amiga, mas a atitude de destrancar seu perfil só foi tomada com consentimento de toda a família.

Além da rotina pessoal e funcionamento das fábricas, os filhos de Karla Felmanas também fazem parte dos conteúdos.

“Só dá certo se a sua família topar entrar nisso com você, de alguma maneira. Como a gente mostra muito o nosso dia a dia, eles acabam participando indiretamente”, explica.

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Karla Marques Felmanas, vice-presidente do Grupo Cimed Foto: Divulgação

Executivos que buscam explorar outras redes além do LinkedIn, plataforma profissional, questionam como Karla Felmanas organiza sua agenda para as demandas da Cimed e estar presente no digital.

“Aqui a internet é uma coisa paralela a nossa vida. Porque eu sou vice-presidente de uma empresa que vai faturar R$ 3 bi esse ano, tem cinco mil funcionários e muita coisa pra acontecer no meu dia a dia. Mas assim eu não perco, eu invisto 10 minutos no meu dia em rede social”, diz.

O resultado desse investimento de 10 minutos é percebido no sucesso do hidratante labial Carmed. A empreendedora postou alguns vídeos no TikTok mostrando a fabricação do produto e viralizou nas redes. Em menos de 20 dias, a marca vendeu R$ 40 milhões do Carmed Fini. “Eu acho que o Carmed Fini seria um sucesso, sem dúvida nenhuma. Mas não dá pra comparar o fenômeno que foi nas redes sociais”, diz.

A escolha por privacidade

Por outro lado, nem todos estão dispostos a sair do papel de executivo e compartilhar conteúdos diários. Antonio Muniz, CEO da Advisor10X e sócio-diretor da Editora Brasport, entende que é importante estar nas redes, mas usa as plataformas apenas para falar sobre carreiras. Recentemente aderiu ao Instagram para compartilhar dicas profissionais, o que antes fazia só no Linkedin.

Antonio Muniz conta que raramente posta conteúdos sobre sua família, pelo segmento que escolheu seguir e para preservar sua privacidade. Já chegou a usar o Facebook como rede privada para amigos e parentes, mas por conta do tempo não conseguiu continuar o gerenciamento. “Eu não costumo publicar no meu Instagram coisas da minha vida pessoal. Eu uso realmente como um complemento para o meu trabalho profissional”, enfatiza.

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Apesar de escolher um comportamento mais centrado em sua carreira para as redes sociais, Antonio Muniz acredita que não se trata de um personagem ou divisão de figuras. “A gente é integral. Eu mesmo, Antônio Muniz da vida pessoal, é o mesmo da vida profissional. É mais no sentido de não misturar as estações”, diz.

Antonio Muniz, diretor da Editora Brasport e fundador da Jornada Colaborativa Foto: Rinaldo Mickus / Advisor10X

Esteja presente, mas tenha cuidado!

Alguns optam por criar contas separadas, dividindo perfil profissional e pessoal. Outros buscam suporte de empresas que transformam executivos em influenciadores corporativos. Mas é sempre importante ter em mente que um líder representa uma instituição. “Não é recomendado fazer nada que prejudique a empresa, porque você leva um nome”, diz Bianca Venturotti.

A fim de evitar erros, é necessário ter um posicionamento estratégico definido, independente de como escolher se portar, com mais ou menos exposição pessoal. “Que os executivos estejam nas redes sociais, mas que eles estejam com o posicionamento estratégico muito alinhado com os valores das empresas que eles representam”, pontua Thais Vieira.

Para isto, é importante a dedicação dos próprios profissionais na construção de suas imagens nas redes sociais, segundo a professora. “Vale a pena treinar ou buscar apoio de agências de comunicação”, aconselha.

Como dica, Thais Vieira ressalta a importância de entender as especificidades das plataformas para criar conteúdos relevantes. Ela orienta pensar em formatos apropriados de acordo com as características das diferentes redes sociais, como por exemplo, vídeos curtos e dinâmicos no TikTok. “A gente sabe que cada rede tem uma particularidade, o ideal seria você criar conteúdos específicos”, diz.

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Bianca Venturotti reforça os cuidados e instrui para que, em caso de dúvida, buscar especialistas. “Se quiser compartilhar algum conteúdo e ficou inseguro, se questionando se a empresa vai curtir, acho que vale falar gente do Marketing”, afirma.

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