“A gente se humilha para trabalhar.” Assim começa o post de Wesley Jurcovich, formado em jornalismo e publicidade, segundo informações do seu perfil no LinkedIn. O desabafo era sobre uma proposta de trabalho que recebeu para criar o setor de marketing de uma empresa por R$ 950 ao mês, 30% a menos do que um salário mínimo (R$ 1.412).
Jurcovich diz que no dia 4 de julho foi chamado para uma entrevista com um dos sócios. Ele conta ter ficado “muito animado”, já que, além de ajudar a empresa, teria a oportunidade de colocar em prática seu conhecimento à frente de um novo setor.
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Jurcovich não menciona em sua postagem qual foi a empresa. Pelo que relata, o encontro foi presencial, e, apesar de ter saído muito confiante da conversa –com direito a apertos de mão e sorrisos–, o jornalista afirma não ter recebido nenhuma proposta pessoalmente. Mas a proposta de emprego que recebeu exigia trabalho diário de oito horas presencial, pagamento menor do que um salário mínimo, contratação era em regime de pessoa jurídica (PJ),e sem nenhum benefício.
O texto da mensagem enviada a ele indica que, se topasse trabalhar, receberia R$ 20 a cada reunião agendada por ele, e R$ 100 caso fechado algum contrato para os seus empregadores.
“Sigo aqui triste por ter mais uma prova que nós, jornalistas, publicitários, designers, etc, além de sermos muito subestimados, somos humilhados no mercado profissional”, escreve. Ele pede ajuda aos seus contatos caso alguém saiba de alguma oportunidade, desde que ofereça transporte e alimentação.
Wesley foi procurado por meio de seu perfil do LinkedIn e por mensagem de WhatssApp para comentar o assunto. Até a conclusão desse texto, ele não havia respondido.
Empreender
Em outro post, Wesley agradece os comentários e a repercussão. Ele também diz que decidiu abrir a sua própria agência de marketing no quarto da casa onde mora. O jornalista optou por abrir a própria empresa após várias dicas que recebeu nos comentários, segundo explica em um vídeo publicado no seu perfil.
O problema é que ele não tem sequer um computador que possa trabalhar, já que o único que possui é um antigo e que não possui configuração adequada para os programas que precisa usar.
Com isso, teve a ideia de lançar uma vaquinha virtual para arrecadar R$ 4.000 para adquirir um notebook em configurações que possa ao menos abrir o seu novo negócio. Até as 9h desta quarta-feira, 17, ele havia arrecadado R$ 150 provenientes de dois doadores.
Confira abaixo a íntegra do post com o desabafo.
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