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Como fazer cursos de educação executiva para brilhar na carreira? Veja dicas de especialistas

Buscar por programas que ofereçam atividades práticas e turmas com objetivos semelhantes é fundamental

Foto do author Geovanna  Hora

RESUMO: A educação executiva pode ser um diferencial na disputa por uma vaga ou promoção, mas precisa estar alinhada às exigências do mercado de trabalho para a sua área de atuação e nível profissional. As hard skills são mais importantes no início da carreira e as soft skills ganham um peso maior em posições de alta gestão. Quem tem mais pontos são os MBAs, por oferecerem uma base sólida de conhecimento, e os programas internacionais, que facilitam a troca de experiências com profissionais de outros países. É importante esclarecer a relação entre o curso e os seus objetivos para o gestor ou recrutador, além de investir em networking para construir uma rede de contatos efetiva.

Este conteúdo faz parte da série de reportagens do Estadão sobre educação executiva.

Qual é o primeiro passo para se destacar com a educação executiva?

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A educação executiva pode não trazer o destaque desejado se as habilidades desenvolvidas no curso não estiverem de acordo com o que o mercado espera para a sua área de atuação e nível profissional.

Rina Xavier Pereira, gerente de programas abertos e customizados de Educação Executiva do Insper, explica que, no começo da carreira, os conhecimentos técnicos - ou hard skills - são os primeiros requisitos analisados.

À medida que a pessoa cresce profissionalmente, as competências comportamentais - ou soft skills - passam a ser cada vez mais valorizadas, especialmente em posições de alta gestão.

A gerente do Insper diz que as habilidades essenciais variam conforme os objetivos, mas existem cinco pontos que devem ser aprimorados por todos que buscam sobressair:

  • A liderança é um requisito obrigatório, mas o profissional que se prepara para lidar com a geração Z, que não aceita comportamentos autoritários, se destaca. O líder precisa mostrar que sabe entender a sua equipe.
  • Para ser eficaz, a liderança depende do poder de influência. É importante aprender a inspirar pessoas, porque esse fator impacta a autoridade e a visão que o time tem do profissional.
  • Saber usar a comunicação não violenta com diferentes grupos é fundamental para qualquer função, mas tem um peso maior nos cargos mais elevados. Quem sabe conversar de forma assertiva está um passo à frente.
  • Autoconhecimento, empatia e controle emocional são capacidades psicológicas necessárias para qualquer campo da vida, mas têm um papel importante no âmbito profissional.
  • Aprender a usar a inteligência artificial de modo responsável é um diferencial para o presente e o futuro. A ferramenta pode ajudar a tomar decisões, com dados e informações, mas entender como fazer um bom uso é importante.

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O caminho é analisar qual é a sua posição nesse momento, onde você quer chegar e quais são os pontos que podem ganhar um destaque no seu currículo, para investir no que for mais importante para sua carreira.

Rina Xavier Pereira, gerente de programas abertos e customizados de Educação Executiva do Insper

A educação executiva pode ser um diferencial na disputa por uma vaga ou promoção, mas precisa estar alinhada às exigências do mercado. Foto: nyul - stock.adobe.com

Quais programas oferecem mais diferenciais?

De MBAs executivos a cursos de curta duração, as opções para se especializar são inúmeras. Se o seu objetivo é chamar a atenção do mercado, aqui estão dois pontos que podem fazer a diferença na hora de decidir:

  1. Programas com imersões internacionais ganham um ponto a mais, porque facilitam o contato do aluno com profissionais com experiências e visões de culturas e países diferentes, além de possibilitar que ele frequente regiões com foco na inovação.
  2. Os MBAs tradicionais e executivos também costumam ter um peso maior em comparação com extensões e cursos rápidos, porque oferecem uma base de conhecimento mais abrangente.

As competências essenciais para o mercado de trabalho mudaram depois da pandemia, mas estudar é um caminho para o profissional indicar que está alinhado com as transformações.

Rina Xavier Pereira

Veja na tabela abaixo quando a educação executiva é um diferencial:

Como mostrar o diferencial para a empresa?

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Uma parte importante do processo é convencer o gestor ou recrutador que a especialização é um diferencial. O diretor da consultoria Michael Page Stephano Dedini diz que é importante desenvolver um storytelling com base em cinco perguntas.

  1. Por que você decidiu fazer um curso?
  2. Quais eram seus principais objetivos?
  3. O que te levou a optar por esse tema?
  4. Como você usou o que aprendeu?
  5. Como você pretende usar esse conhecimento nos próximos desafios?

O MBA e a educação executiva viram commodities se não tiverem justificativas estratégicas e uma razão de existir. Não pode ser em velocidade de cruzeiro, é importante ser direto sobre motivos e objetivos.

Stephano Dedini, diretor da consultoria Michael Page

O profissional precisa apresentar qual é a relação entre os conteúdos das aulas e a sua área de atuação ou interesse, para explicar o investimento.

Outro passo importante é transformar a teoria em exemplos práticos, no menor tempo possível, tanto para não perder o fluxo de desenvolvimento da aprendizagem quanto para provar que as ideias funcionam.

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DICA: Dedini afirma que é possível usar projetos do curso para mostrar seu potencial, mas as propostas precisam ser realistas. O ideal é explicar custos previstos, que devem ser baixos, impactos, riscos e processo, com foco na aplicabilidade.

Como usar o networking para se destacar?

O networking é um fator importante para se diferenciar, mas exige estratégia. Rina acredita que, apesar de a disposição do aluno ser essencial para todos os componentes, a atitude tem um peso ainda maior na construção de relações.

“As instituições oferecem a oportunidade de conhecer pessoas, mas o profissional tem que saber aproveitar. A conexão valiosa só acontece se ele estiver aberto e com um propósito bem definido”, avalia Rina.

Dedini também aponta que programas internacionais oferecem a chance de desenvolver um networking diferenciado, devido ao contato mais amplo com profissionais de várias partes do mundo.

Para formar uma rede de contatos efetiva, alguns cuidados são necessários. Veja quais são:

  • Entenda o que é importante para a sua área de atuação e objetivos e busque por turmas com pessoas que possam ajudar. Trocas experiências com quem enfrenta ou já enfrentou as mesmas dores é um passo importante para melhorar a busca por soluções.
  • As conversas não devem ficar limitadas ao tempo das aulas. Pausas para café e almoços são ótimas ocasiões para falar sobre vivências, debater desafios e fortalecer relações.
  • Ouça os colegas com atenção. O ideal é estar aberto para a comunicação e disposto a entender o que levou a pessoa a ver a situação de tal maneira.
  • Construa uma boa imagem. É fundamental se dedicar aos projetos e mostrar o seu potencial. Isso ajuda não só com indicações e recomendações futuras, mas também a garantir que o seu nome esteja atrelado a um bom trabalho.

Bônus: use as redes sociais ao seu favor

É preciso ter cuidado com o conteúdo publicado nas redes sociais, mas, se bem administradas, as plataformas podem ajudar a atrair atenção positiva para o profissional.

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A dica de Rina é utilizar o LinkedIn para contar sobre o curso, com foco nos projetos práticos, resultados e experiências. Esse passo é importante não só para quem quer conquistar uma nova posição, mas também para quem ganhar destaque dentro da empresa onde já atua.

“É uma visibilidade interessante, onde ele pode deixar registrado tudo o que aprendeu e consolidou. O profissional moderno precisa entender que se comunicar na internet, com o mercado ou com sua empresa, mostra efetividade”.

Outra plataforma importante é o WhatsApp. Rina destaca que além de conversas particulares, é interessante manter grupos para trocar dicas e comentar sobre oportunidades com colegas de classe, mesmo após o fim do curso.

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