Resumo: Profissionais buscam MBAs executivos em instituições renomadas motivados pela ampliação de suas competências em liderança, gestão de pessoas e desenvolvimento de networking. A diversidade de perfis nas turmas e a estrutura que favorece debates são aspectos valorizados, pois contribuem para o aprendizado a partir de diferentes perspectivas. Embora a ascensão profissional imediata não seja um resultado direto, o impacto desses cursos no desenvolvimento de habilidades, empatia e na construção de uma rede de contatos é destacado como fundamental. Leia o relato de duas executivas sobre o impacto do MBA em suas carreiras.
Este conteúdo faz parte da série de reportagens do Estadão sobre educação executiva.
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Executiva escolheu MBA após avaliar instituição e perfil da turma
Formada em administração e contabilidade, a gestora de finanças Aline Carvalho, 37, fez um MBA Executivo no Insper em 2016.
Na época, já estava há mais de 10 anos no mercado e acumulava experiência em gestão de pessoas. Ela diz que o fator decisivo de ingressar no programa não foi motivado por ascensão na carreira.
A escolha foi muito além de ter crescimento no meio corporativo. A minha maior motivação foi aprender com pessoas diferentes de mim.
Aline Carvalho, gestora de finanças
Na busca pelo programa que mais se encaixava ao objetivo que traçou, a profissional listou três instituições. Visitou todas, teve acesso ao perfil das turmas e participou de encontros que as organizações promovem para apresentar o curso. Na ocasião, os profissionais se apresentam. É outra possibilidade de conhecer os possíveis colegas.
A escolha do MBA Executivo veio, principalmente por dois critérios específicos. O primeiro diz respeito à diversidade dos estudantes e à área de atuação da turma.
Não queria ouvir pensamentos parecidos com os meus, nem queria ter relacionamento com pessoas com o mesmo conhecimento técnico. Por isso, não fiz o MBA de Finanças, optei pelo Executivo.
Aline Carvalho
A turma era formada por pessoas de diversas profissões, como médicos, bombeiros, engenheiros, profissionais de marketing e bibliotecários.
A segunda razão tem a ver com a estrutura física da instituição. Para Aline, a disposição das mesas e das cadeiras trazia uma ideia de debate.
Me deu uma sensação de liberdade porque podia ver todo mundo na sala.
Aline Carvalho
Mas esses não foram os únicos critérios. A gestora também conversou com algumas pessoas que já tinham feito o curso.
Ela teve apoio financeiro para o curso: a empresa em que trabalhava no período em que fez o MBA custeou metade do valor do programa.
MBA funcionou para networking, mas não necessariamente para promoções
Na perspectiva de Aline, o MBA foi essencial para conhecer pessoas com diferentes repertórios e trocar experiências com profissionais de áreas distintas. A expertise em liderança foi outro ganho.
As discussões que aconteciam na sala de aula a fizeram praticar o ato de ouvir. “Aprendi a ter empatia por pessoas que tenham uma construção intelectual diferente da minha. Parece sutil, mas isso se conecta muito com o dia a dia no trabalho”, comenta.
A gestora revela que o MBA não influenciou diretamente em promoções ou aumento salarial. “Tecnicamente, o MBA não fez diferença para ser promovida. Mas aprendi coisas técnicas que não tinha visto na faculdade”, admite.
A profissional também ressalta que o curso a fez desenvolver habilidades de raciocínio lógico e promoveu relacionamentos profissionais a longo prazo.
A turma mantém um grupo no WhatsApp. “O networking que fiz foi muito importante, até hoje mantenho contato com colegas e professores.”
Aline trabalhou por mais de 10 anos na Goodyear, e em seguida migrou para a Amazon. Atualmente, é gestora de finanças de uma empresa de logística, mas está migrando para um cargo executivo em uma multinacional farmacêutica.
Profissional foi incentivada a fazer MBA pelos líderes
Vitória Rivera dos Santos, 31, é financial controller na Autocam Brasil, controlada pela NN Inc, empresa de máquinas e equipamentos de uso industrial.
O pontapé para o curso veio por meio dos seus líderes diretos, que haviam feito MBA na Fundação Dom Cabral (FDC) e a incentivaram a iniciar o programa.
A profissional, que é formada em relações internacionais, economia e ciências contábeis, ingressou no MBA Executivo na FDC há pouco mais de um ano. O curso tem previsão de término para o final deste ano.
O MBA tem me ajudado muito a sair da rotina, ver novas soluções e ampliar minha forma de pensar. Também me trouxe novos olhares sobre liderança, gestão de pessoas e soft skills.
Vitória Rivera, financial controller Autocam Brasil, controlada pela NN Inc
A profissional ainda destaca que a diversidade de assuntos estudados, como sustentabilidade e inclusão, foi um diferencial que ela não esperava encontrar.
Entrei no curso querendo entender o papel do líder como inspiração e motivação para as pessoas que estão ao seu redor.
Vitória Rivera
Ela também atribui a satisfação no programa ao fato de ter um plano muito bem definido antes mesmo de iniciar o curso. A longo prazo, a ideia é investir em uma carreira internacional.
Embora Vitória não tenha avaliado outras instituições, ela sugere que as pessoas pesquisem a grade curricular e a experiência dos professores antes de escolher o MBA, além de buscar opiniões de ex-alunos.
Adepta da educação continuada, planeja fazer outros cursos na área de educação executiva após a conclusão do MBA.
Eu aconselho todo mundo a continuar estudando. Mesmo depois de três graduações, ainda penso em fazer mais cursos.
Vitória Rivera
Ainda durante o MBA, a controladora financeira foi promovida a um cargo de direção em que responde diretamente ao presidente da companhia.
Atualmente, lidera cerca de 20 pessoas. A empresa assumiu os gastos do programa, que custa em torno de R$ 135 mil.
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