Com muitas pessoas trabalhando remotamente, 58 países já criaram vistos especiais para nômades digitais e outros programas voltados a esse público. Canadá, Espanha e Uruguai são alguns deles.
Nos Estados Unidos, 17,3 milhões de americanos, o que significa 11% da força de trabalho do país, se identificam como nômades digitais, isto é, pessoas que conseguem trabalhar independentemente de sua localização por meio da tecnologia. Os dados são do relatório de agosto de 2023 da empresa MBO Partners. Segundo o documento, esses novos trabalhadores, tanto tradicionais como autônomos, representam um aumento de 2% em relação a 2022.
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Neste ano, a pesquisa projetou que 70 milhões planejam se tornar nômades digitais nos próximos dois ou três anos. Ainda que o resultado seja 3% menor se comparado ao do ano passado, o relatório destaca que o número ainda é alto e mostra quão extenso é o interesse por esse estilo de vida.
A expansão desse modelo de trabalho ocorreu durante a pandemia. Desde o seu início em 2020, o número de nômades digitais com empregos tradicionais mais do que triplicou. Neste ano, no entanto, esse número diminuiu em 4% entre os trabalhadores americanos, aponta o relatório. Por outro lado, o número de nômades digitais que são trabalhadores independentes (freelancers, autônomos, contratados independentes) continuou a crescer, aumentando em 14% em comparação com 2022.
A potência desse novo mercado está fazendo com que diversos países criem facilidades para atrair esses talentos. Governos estão percebendo que nômades digitais gastam mais dinheiro que turistas, criam novas vagas e até começam negócios locais, segundo o relatório. Até a publicação do documento, 58 países já tinham criado vistos especiais para nômades digitais e outros programas voltados a esse público.
A Espanha é um desses países. A partir deste ano, nômades digitais podem trabalhar no país por até um ano. Depois desse período, é possível aplicar para um visto de residência de três anos, que pode ser renovado por mais dois anos.
Existem alguns requisitos, como ter graduação ou pelo menos três anos de experiência profissional na área, seguro saúde privado, certificação de trabalho por pelo menos três meses para empresa estrangeira e ter recursos financeiros de pelo menos o dobro do salário mínimo espanhol mensal (cerca de R$ 13,381).
Já o visto para nômades digitais no Canadá, anunciado em julho deste ano, é válido por até seis meses. Os trabalhadores também podem tentar um visto de trabalho temporário e ficar no país por mais três anos se forem contratados por um empregador canadense.
Segundo o ministro da imigração do país, Sean Fraser, o programa é uma estratégia para lidar com a escassez de mão de obra em “ocupações chave na área de tecnologia”.
O Uruguai é outro país que anunciou um visto especial para atrair trabalhadores digitais ao país. A permissão é válida por até 180 dias. O visto pode ser renovado por mais seis meses ou, caso optem por se estabelecer permanentemente, os requerentes podem solicitar a residência temporária ou permanente.
Após entrar no Uruguai como turista, o interessado deve preencher um formulário online com informações pessoais e assinar uma declaração juramentada confirmando que têm meios financeiros para se sustentar durante o período.
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