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69% dos que têm mais de 50 anos acham que perderam vaga de emprego por causa da idade, diz pesquisa

Pesquisa on-line feita pela Catho ouviu 1.488 respondentes no Brasil; apesar da discriminação apontada, 42% acreditam que recebem uma remuneração justa

Foto do author Victoria  Lacerda

Pesquisa feita pela plataforma de busca de empregos Catho mostra que 69% dos trabalhadores acima de 50 anos acham que perderam oportunidades de emprego devido à idade, e 55% já sentiram que suas habilidades foram subestimadas em ambientes corporativos ou entrevistas.

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“Com o levantamento da Catho, observamos uma resistência considerável em relação a profissionais mais maduros, tanto na atração quanto na retenção dentro das empresas. A conscientização por parte das empresas é crucial para reverter esse cenário, implementando políticas reais de contratação inclusiva e ressignificando a cultura organizacional para que esses candidatos possam ter um processo mais justo”, comenta Fabio Maeda, diretor da unidade de candidatos da Catho.

“Profissionais mais maduros trazem uma perspectiva única e valiosa, complementando as habilidades e conhecimentos dos mais jovens, especialmente em tecnologia. Essa troca intergeracional forma equipes robustas, capazes de enfrentar desafios e alcançar grandes resultados no mundo corporativo”, afirma Maeda.

Ele destaca que atualizar habilidades, destacar experiências, manter uma forte rede de contatos, ter flexibilidade para aprender e se adaptar a novas situações, cuidar da saúde física e mental e estar aberto para aprender com os mais jovens são dicas valiosas para os profissionais mais velhos.

Cenário é preocupante

Christiana Mello, diretora da Unidade de Recrutadores da Catho, afirma que os resultados mostram um cenário preocupante, onde ainda há muitas mudanças necessárias para os profissionais mais velhos.

“Eles sentem a falta de oportunidades, capacitação e desenvolvimento profissional, e há receio de não conseguir retornar ao mercado de trabalho se deixarem a empresa atual. Cerca de 40% dos gestores demonstraram resistência em contratar ou desenvolver profissionais acima dos 50 anos.”

“A valorização desses profissionais precisa de incentivo e desenvolvimento. A Catho constatou que 61% das empresas não possuem programas de inclusão, reconhecimento ou capacitação para profissionais mais experientes, o que deve alertar as organizações para reverter esse cenário. Profissionais acima dos 50 anos trazem experiência que enriquece as atividades, enquanto os jovens contribuem com habilidades e conhecimentos tecnológicos. A troca intergeracional é essencial para qualquer empresa, que deve adotar metodologias para atrair e reter candidatos 50 mais, sem que a idade seja um obstáculo”, conclui Mello.

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A pesquisa foi realizada de forma online, por meio de um formulário enviado pela Catho para sua base cadastrada na plataforma, abrangendo apenas o Brasil. Com a participação de 1.488 respondentes, o estudo revela as nuances do etarismo e como a idade afeta as oportunidades de emprego e a experiência profissional.

Pesquisa mostra que profissionais acima de 50 anos se sentem discriminados no trabalho. Foto: Dragana Gordic - stock.adobe.com

Remuneração justa

De acordo com a pesquisa, 42% dos profissionais mais velhos acreditam que recebem uma remuneração justa em comparação com o mercado. No entanto, assim como os mais jovens, 58% preferem ganhar menos a ter sua saúde mental comprometida pelo trabalho.

Além disso, 41% desses profissionais ocupam cargos de gestão, como supervisores, coordenadores e gerentes, posições conquistadas graças à experiência adquirida ao longo da carreira.

A pesquisa também mostra que 71% dos profissionais acima dos 50 anos acreditam que recebem salários equivalentes aos dos mais jovens em posições semelhantes.

Para aumentar suas chances no mercado de trabalho, 25% dos profissionais mais velhos buscam empresas especializadas em conectar profissionais maduros, 20% investem em cursos de capacitação e 17% em networking. Em relação à formação acadêmica, 57% dos profissionais mais velhos são graduados, enquanto entre os mais jovens esse percentual é de 50%.

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