Supere a síndrome do impostor: 7 estratégias de quem já venceu

A síndrome é uma crença persistente de que o sucesso de uma pessoa se deve a uma espécie de fraude, e não às suas próprias habilidades; veja como combater isso

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colunista convidado
Foto do author Ricardo Basaglia

Pense nas pessoas mais inteligentes, competentes e bem-sucedidas que você conhece. Qual é a semelhança entre você e elas? Arrisco dizer que todos, em algum momento, já pensaram: “Eu não tenho ideia do que eu estou fazendo”, “Eu sou uma farsa” ou “Logo eles vão descobrir que eu não sou bom o bastante para isso”. A síndrome do impostor refere-se à crença persistente de que o sucesso de uma pessoa se deve à sorte ou a uma espécie de fraude, e não às suas próprias habilidades.

Em um mundo competitivo, no qual a autoimagem é frequentemente medida pelo sucesso profissional, essa síndrome tornou-se um fenômeno global, afetando indivíduos em diversos níveis de carreira. Enquanto o cientista está inseguro com os métodos de experimentação escolhidos, a diretora pensa que nunca deveria ter aceitado esse cargo, e o VP, que logo descobrirão como ele é péssimo para lidar com o momento que a empresa vive.

A síndrome do impostor é uma crença persistente de que o sucesso de uma pessoa se deve a uma espécie de fraude, e não às suas próprias habilidades Foto: Andrey Popov

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De onde vem tanta dúvida em relação à própria capacidade? Comecemos refletindo sobre a forma como fomos educados. Até a última década, era comum que as crianças fossem tratadas com uma espécie de punitivismo pelos pais ou responsáveis, muito mais preocupados em apontar falhas do que em celebrar as conquistas e os aprendizados dos pequenos. Cenário este que, muitas vezes, se repetia na escola.

Como aponta a psicóloga Jill Stoddard, em seu artigo na revista Psyche, também é preciso fazer um recorte de gênero, já que as mulheres costumam ser ainda mais afetadas pela síndrome do impostor. A propósito, quando os psicólogos Pauline Clance e Suzanne Imes cunharam o termo “síndrome do impostor”, em 1978, eles destacaram que essa sensação era ainda mais preponderante entre as mulheres.

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Quatro décadas depois, mesmo com o aumento expressivo do número de mulheres em cargo de liderança, a tendência parece ter se mantido. O relatório Women’s Leadership Summit Report, produzido em 2021 pela consultoria global KMPG, aponta que 75% das executivas entrevistadas relataram ter sido tomadas pela síndrome do impostor em algum momento de suas carreiras, mesmo atuando em empresas listadas na Fortune 1000.

Até os grandes atletas são acometidos pela síndrome do impostor. O jogador profissional de golfe Mark O’Meara, vencedor do Masters em 1998, já relatou ter a impressão de que não tinha tanto potencial para o esporte.

Para agravar a situação, O’Meara era amigo de Tiger Woods, um dos maiores jogadores de golfe de todos os tempos. Se caísse na armadilha de se comparar ao amigo, O’Meara talvez tivesse sabotado a própria carreira. No entanto, em vez de se sentir diminuído, optou por enfrentar a própria síndrome do impostor e decidiu que poderia aprender ainda mais com o amigo.

O’Meara acertou ao se inspirar em Tiger Woods, já que este mesmo dizia: “Adoro treinar minhas tacadas, experimentando-as de várias maneiras, e provar a mim mesmo que sou capaz de acertar determinada tacada se quiser”, como forma de sempre afirmar sua capacidade, em vez de diminuí-la.

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E como nós, meros mortais longe de sermos grandes campões, podemos lidar com essa sombra que insiste em pairar sobre as nossas conquistas? Aqui estão sete dicas para enfrentar a síndrome do impostor:

• Busque Autoconhecimento: Conhecer suas habilidades e potencial é crucial para superar dúvidas internas.

• Estabeleça Metas Realistas: Defina objetivos alcançáveis para evitar a sensação de fracasso e reforçar a confiança em suas habilidades.

• Celebre suas Conquistas: Para cada objetivo alcançado, dê a si mesmo uma recompensa, seja uma folga, um item que você deseja comprar, ou uma experiência que você quer viver.

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• Peça Feedback: Perspectivas externas podem ajudar a dissipar dúvidas infundadas e fortalecer a autoimagem. Compartilhe suas preocupações com colegas confiáveis, mentores ou amigos.

• Aposte no Aprendizado Contínuo: Reconheça que desconhecer algo não significa incapacidade, mas uma oportunidade de crescimento. Se um atleta campeão pôde aprender com outro, certamente você também terá em quem se espelhar.

• Encare os Pensamentos Negativos: Avalie se seus pensamentos têm fundamentos reais e use-os como ferramentas para desenvolvimento pessoal.

• Mantenha um Diário de Sucessos: Escreva sobre suas conquistas e progressos. Reler essas anotações pode ser um lembrete poderoso de suas habilidades e sucessos. Em um mundo que muitas vezes valoriza a certeza absoluta, é vital lembrar que o conhecimento é, por natureza, imperfeito e sempre em expansão. Albert Einstein, um dos maiores cientistas da história, apreciava profundamente esta imperfeição. Ele via esse mistério como a essência da vida e a base para todas as descobertas significativas. Essa percepção nos encoraja a aceitar nossas limitações no conhecimento como uma parte normal e valiosa do processo de aprendizado.

A síndrome do impostor é comum, e muitas pessoas talentosas a enfrentam. Se não há para onde fugir, aceite que ninguém sabe tudo e aproveite as oportunidades de transformar a autocrítica em autoconhecimento.

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