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Empresa supera planos econômicos e crises do País

Sócio da incorporadora Tarjab, Carlos Borges diz que sempre precisou trabalhar muito para vencer as dificuldades enfrentadas ao longo de 35 anos de atividades

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Atualização:

Carlos Borges. Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão

"90% do patrimônio da empresa foi conseguido nos últimos dez anos." A afirmação do sócio fundador da Tarjab, Carlos Borges, ressalta as dificuldades enfrentadas pela incorporadora e construtora ao longo de seus 35 anos de funcionamento, completados agora em 2018.

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"Passamos por um monte de crises. Demorou uns cinco anos para a empresa começar a dar algum lucro. Em 1983, quando a companhia foi criada, houve uma maxidesvalorização foi um pandemônio. Depois entrou o Plano Cruzado", diz Borges.

Depois ainda vieram o Plano Bresser, o confisco feito pelo governo Collor até chegar à crise econômica recente. "O começo foi muito difícil. Nós não tínhamos muitos recursos, então fazíamos obra a preço de custo, o financiamento era feito pelos próprios condôminos. Funcionou como uma prestadora de serviços. É uma empresa que começamos do zero."

Borges conta que havia limitação para o crescimento por falta de recursos. "Os bancos eram muito conservadores na época. Quando queríamos pedir financiamento para aumentar, crescer, diziam para primeiro terminar o empréstimo que tínhamos feito para depois voltar a conversar", relembra.

"Posteriormente, inverteu. Quando houve o boom imobiliário, os bancos nos diziam que éramos pequenos, que precisávamos crescer, porque se não tivéssemos escala iríamos morrer. Diziam que precisávamos alavancar e que havia dinheiro barato sobrando. E depois, numa terceira etapa (na crise), avaliavam que estávamos no tamanho estrategicamente correto, que não crescemos demais."

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O executivo ressalta que a história da Tarjab é a de uma empresa que teve crescimento gradual, lento, orgânico, pé no chão, que investe 90% do lucro no próprio negócio. "E se tornou muito sólida. Por isso, a companhia teve capacidade de aguentar a maior crise que já vivemos em nossa história."

Ele lembra que, na crise, houve diminuição brusca da atividade econômica. "Mas quando você tem terrenos vagos em seu nome e baixo endividamento, você consegue se adequar em termos de estrutura, de tamanho, consegue sobreviver. Foi o que aconteceu com a Tarjab. Diminuímos pela metade, agora estamos retomando, estamos em um processo ascendente novamente, mas foi uma paulada, uma coisa muito forte."

A empresa também tomou a decisão de adiar os lançamentos. "Diminuímos bruscamente a quantidade de pessoas, diminuímos obras, simplesmente não se vendia, o cliente havia sumido." O empresário também diz que a empresa aproveitou esse período para "botar a casa em ordem", investindo em processos e pessoas.

De acordo com Borges, os resultados para a Tarjab, que já produziu 100 prédios ao longo de sua história, foram positivos. A empresa está com quatro obras em andamento e pretende chegar ao final do ano com mais três.

"Neste ano, vamos lançar cerca de R$ 300 milhões em valor geral de vendas (VGV)." No ano passado, a incorporadora vendeu R$ 150 milhões e, em 2018, a previsão é comercializar mais R$ 180 milhões. "Estamos voltando ao patamar de R$ 300 milhões /ano, que era o nosso movimento quando houve a crise. Queremos voltar com o pé no chão, com muita tranquilidade e segurança, para que possamos ter tranquilidade para honrar os compromissos que assumimos", diz o empresário.

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Atualmente, a Tarjab tem 90 funcionários na área administrativa e 100 pessoas em obras. "Chegamos a ter 500, em obra. Hoje, temos trabalhado mais com terceiros, até por uma postura um pouco mais defensiva. Tenho uma equipe de carpinteiros, faço as estruturas da minha obra, porque assim tenho mais segurança, o restante eu gerencio um grupo de empreiteiros."

Borges diz que é preciso ter vocação para empreender. "Não é para qualquer um. Há certo romantismo a respeito da vida empresarial, de que há glamour, dinheiro, sucesso. Mas para cada 1 empreendedor de sucesso temos 100 casos ou mais de empreendedores fracassados. É uma atividade importante para o País, que gera riqueza, mas que envolve vocação, planejamento, recursos, pesquisa e que está cada vez mais difícil."

Ele acrescenta: "Não conheço nenhum empresário que não tenha trabalhado loucamente, durante muito tempo até sua empresa começar a dar certo. Eu continuo trabalhando, hoje, com 57 anos, 12 horas por dia".

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