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Startup argentina Agrotoken transforma grãos em moeda digital

Objetivo é ‘digitalizar’ os grãos, para que eles possam ser usados em transações financeiras

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Por Vinicius Galera

ESPECIAL PARA O ‘ESTADÃO’ - Há dois meses em operação no Brasil, a agritech argentina Agrotoken pretende integrar totalmente a cadeia produtiva do agronegócio com a “tokenização” da produção de grãos, diz o country manager da empresa, Anderson Nacaxe.

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“A ferramenta chega ao País com o objetivo de digitalizar a soja e o milho de forma que o produtor possa fazer transações financeiras utilizando o próprio grão como meio de pagamento.”

É como se os grãos fossem transformados, por meio da tokenização, em dinheiro digital, via sistema blockchain – mas com lastro na produção física. “A demanda tem sido grande entre agricultores e revendas de insumos agrícolas e cooperativas.”

Hoje, a empresa já “tokenizou” quase 300 mil toneladas de grãos entre Brasil e Argentina. Nacaxe explica que as alternativas atuais disponíveis no mercado para quem quer investir no agronegócio – inclusive pessoas físicas –, como os contratos futuros de grãos na Bolsa B3, são muito complexas.

Anderson Nacaxe, country manager da Agrotoken; com serviço da agritech, produtor pode usar safra como meio de pagamento.  Foto: Arquivo pessoal

Com a Agrotoken, é possível financiar o produtor de forma muito mais simples. “É uma evolução do barter tradicional”, diz ele, referindo-se ao sistema em que o produtor compra insumos e dá, em pagamento, sua safra futura.

Soja no bolso

Segundo Nacaxe, é como se o agricultor olhasse para a soja como um ativo depositado em conta corrente. “Com isso, ele poderá fazer desde negócios tradicionais, como a compra de insumos e implementos agrícolas, até o pagamento de colaboradores ou despesas correntes no cartão, integrando totalmente o que está fora da cadeia produtiva.”

A tokenização também funciona como uma “proteção” de preços, já que a saca de soja, e não o dinheiro em si, vira a moeda de troca, só que de forma digital. “O produtor assim se protege de oscilações, comprando insumos com a própria commodity por meios eletrônicos.”

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