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Novo governo deve sempre buscar boa relação com a China, diz professor do Insper

Marcos Jank aponta que será preciso fazer investimento em setores como logística, além de saber lidar com novos desafios geopolíticos

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O agronegócio brasileiro deve exportar cerca de US$ 150 bilhões em 2022, a maior parte para a China, disse o professor sênior de agronegócio global e coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank. Por isso, a boa relação com o país asiático sempre será fundamental, defendeu ele durante o Summit Agro. O professor acredita ainda que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá manter boas relações com o gigante asiático. “Mas não se trata só de discurso, é preciso construir transparência e visão de longo prazo, principalmente em investimentos como em logística e de ferrovias”, advertiu.

Polarização

Segundo Jank, o novo governo deve saber lidar com novos desafios geopolíticos. Ele lembrou que a China tem uma série de questões com vizinhos asiáticos, como Japão, Coreia e Taiwan no Mar do Sul, além da Índia. “Todo o entorno da China tem pontos de atrito e conflito. E o mundo vai ficar mais polarizado. Já está, aliás”, afirmou.

Marcos Jank, professor do Insper Agro Global, fala durante painel do Summit Agro Brasil 2022.  Foto: Miguel Oliveira/Estadão Blue Studio

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Além disso, ele lembrou da atual desaceleração na economia chinesa. “Um crescimento de 2,5% é quase uma recessão para eles”, mencionou, acrescentando que esse fato pode trazer dificuldades para as exportações do agro brasileiro – reforçando, justamente por esse motivo, a necessidade de se manter uma boa relação.

Ainda para Jank, “a visão de longo prazo é essencial para ambos”. “Se o conjunto das relações melhora, se ganham previsibilidade e transparência, os investimentos (chineses no Brasil) crescem, o comércio cresce e a cooperação regulatória também”, destacou.

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‘Sala vip’

Uma das estratégias para reforçar esses laços seria a manutenção de uma estrutura voltada exclusivamente para a China dentro do Ministério da Agricultura. “Esta foi uma das grandes iniciativas que aconteceram no atual governo”, garantiu, o que contribui para sanar obstáculos sobretudo em questões regulatórias entre os dois países.

O representante do Insper Agro Global comentou que tanto os investimentos externos chineses quanto as importações de alimentos consideram a estratégia do país, de priorizar a segurança alimentar e também buscar a autossuficiência. “A compra da Syngenta, da Cofco e da Fiagril por empresas chinesas vem na direção da estratégia de buscar essa autossuficiência.”

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