Do BNDES até outros tipos de organizações, o mercado tem oferecido opções de financiamento diversas para uma empresa ESG, mas exige uma transformação organizacional, com mudança de atitude, alinhamento e coerência. O processo de análise de crédito nesse meio pode envolver desde impacto socioambiental até a área de atuação, como foi destacado em painel sobre o tema no Estadão Summit ESG 2024, realizado nesta quinta-feira, 26, na região da Faria Lima, na capital paulista.
Coordenador do curso de pós-graduação Master ESG na Prática da ESPM, Pedro Rivas afirma que esse setor exige um “grau de maturidade”. Ao ser questionado pela mediadora do painel, a jornalista Karla Spotorno, editora do Estadão/Broadcast, também ponderou que a área está em um momento de pressão política de diferentes públicos, especialmente nos Estados Unidos, por exemplo. Portanto, precisa-se entender que os desafios não acabaram.
Superintendente da Área de Transição Energética e Clima do BNDES, Carla Primavera explicou que o banco faz uma avaliação de impacto socioambiental e uma análise de risco climático nas operações de crédito envolvendo o fundo específico de clima.
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Carla Primavera salientou que há duas grandes modalidades de acesso no BNDES: direta (médias e grandes empresas) e indireta (microcrédito por meio de bancos credenciados e cooperativas de crédito).
Entre exemplos de empresas que podem ter acesso a esse tipo de financiamento, mencionou voltadas a energias eólica e fotovoltaica e à operação de ônibus elétricos. Também apontou que há uma lista de exclusões, como para quem atua no setor de energia a óleo e carvão.
O Fundo Clima do BNDES chegou R$ 10 bilhões neste ano, mas há um limite por cliente.
Diretor de Investimentos de Impacto da Sitawi, Bruno Girardi explicou como a Organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) atua com empréstimo coletivo, voltado a empresas e organizações de menor porte, mas não de microcrédito. No geral, o financiamento gira entre R$ 100 mil e R$ 500 mil, mas pode chegar a R$ 1 milhão.
“A gente percebia que se tinha uma dificuldade de acesso ao capital”, conta. “Cooperativas às vezes não conseguiam ter acesso, muitas vezes acabava entrando um atravessador e leva por um terço do valor justo”, compara.
Ao todo, são cerca de R$ 6 milhões por ano para 10 diferentes projetos. Desse total, segundo Girardi, dois terços são da região amazônica e voltados a Soluções Baseadas na Natureza.
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